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08/12/2011

Se os nossos políticos fossem julgados nos tribunais americanos a espécie extinguia-se

Rod Blagojevich foi governador do Illinois de 2002 até 2009 quando teve o seu mandato impugnado por corrupção. Foi agora julgado e pediu desculpa ao juiz, à família e aos eleitores. Pelo menos o juiz não o deve ter desculpado porque lhe ferrou com 14 anos de prisão, pelas suas malfeitorias.

Infelizmente para ele, o presidente do Supremo do Illinois não mandou destruir as escutas dos telefonemas onde Blagojevich se propôs vender um lugar no Senado americano. Infelizmente para ele, o juiz Zagel que o julgou tem uma concepção de justiça um pouco bizarra para os nossos costumes e condenou-o explicando:
«The harm here is not measured in the value of property or money. The harm is the erosion of public trust in government.»
Imaginais algum juiz português a justificar uma sentença com tais bizarrias? Claro que não. As trafulhices dos políticos não causam qualquer erosão à confiança dos cidadãos na governação porque essa confiança não existe - no máximo pode existir alguma confiança dos simpatizantes de um partido quando esse partido governa. E em boa verdade as trafulhices não incomodam ninguém, apenas fornecem pretextos para desacreditar os políticos dos outros partidos e dão algum trabalho para defender os nossos e é tudo.

No passado ainda nos consolávamos com a corrupção endémica na política brasileira. Com a presidenta Dilma a despachar um ministro por mês a consolação fica muito mais difícil.

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