Comecemos por colocar as taxas moderadoras no contexto das despesas familiares. Há mais de 16 milhões de cartões activos de telemóveis, 1,6 por cada habitante, incluindo crianças de colo e velhos abandonados pela família nos hospitais e nos asilos. O gasto médio por cartão é 17 euros por mês.
Vejamos alguns exemplos das taxas moderadoras fixadas pela Portaria n.º 306-A/2011 a partir de 1 de Janeiro, convertidas na unidade «diária de chamadas»:
- Consulta de medicina geral - 5 euros ou 9 «diárias de chamadas»
- Consulta ao domicílio ou urgência SAP – 10 euros ou 18 «diárias de chamadas»
- Serviço de urgência polivalente – 20 euros ou 36 «diárias de chamadas»
- Meios complementares de diagnóstico e terapêutica - de 0,35 a 50 (em média menos de 10%) ou 1,6 a 90 «diárias de chamadas».
Continuemos colocando em perspectiva o contributo directo das taxas moderadoras. Rondando a despesa total do SNS 10 mil milhões de euros e sendo de 250 milhões de euros a receita estimada das taxas moderadoras para 2012, pergunta-se se a repartição 2,5%-97,5% entre a parcela paga pelos utilizadores directos dos serviços de saúde e a financiada pelos contribuintes é o que o PS chama cofinanciamento?
Sendo assim, pode-se perguntar para que servem as taxas moderadoras? Podemos dizer que como taxas servem obviamente de pouco e como moderadoras servem provavelmente de muito.
(*) A lista de isenções abrange todas as pessoas com rendimentos mensais inferiores a 628 euros, grávidas, crianças até aos 12 anos, doentes crónicos, e vai até alcoólicos crónicos e toxicodependentes, dependentes crónicos e várias outras dezenas de situações.
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