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23/04/2021

Estado empreendedor (110) - O aeroporto que só abria, abre ou abrirá aos domingos (13) - Ressuscitado como apêndice de uma zona franca

Continuação de outras aterragens: aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, (3), (4), (5), (6), (7), (8), (9), (10, (11), (12)

Recapitulação

Ao princípio era o verbo do Eng. José Sócrates: mais de um milhão de passageiros até 2015 e o investimento seria recuperado nos 10 anos seguintes. Era o multiplicador socialista a funcionar de acordo com o estudo «Plano Regional de Inovação do Alentejo» da autoria de Augusto Mateus, um ex-ministro socialista da Economia do 1.º governo de Guterres. Segundo o estudo, o aeroporto de Beja iria constituir uma «plataforma logística para a carga a receber e a expedir de/para a América e África, incluído o transporte de peixe, utilizando aviões de grande porte e executando em Beja o transhipment para aviões menores para a ligação com os aeroportos europeus».

Entretanto, durante mais de uma década, desenrolou-se uma saga cujos principais episódios são relatados nos posts anteriores, o último dos quais consistiu num projecto para desmantelar aviões que se esfumou, como os anteriores.

Novos desenvolvimentos

Passados doze anos e imensos projectos de inspiração evangélico-socialista, do tipo se o construímos eles virão, ou do tipo Lockheed TriStar, se já gastámos x milhões vamos gastar mais y milhões para não perder o x, e de seguida vamos gastar mais z milhões, para não perder x + y, e assim sucessivamente, as ideias tornam-se inevitavelmente cada vez mais místicas, como é o caso agora da ideia de «usar aeroporto de Beja para ser uma zona franca comercial e industrial»

Esta última ideia, avançada pelo Presidente da Comunidade Portuária e Logística de Sines, cargo que certamente lhe deixa tempo suficiente para produzir mais ideias, seria mais uma para fazer meia dúzia de anúncios, dois ou três relatórios, quatro ou cinco apresentações, e no final torrava-se umas centenas de milhar e estaria o assunto arrumado. Infelizmente, com a chegada os milhões da bazuca a coisa pode complicar-se e chegar a vias de facto torrando-se não umas centenas de milhar mas centenas de milhões.

1 comentário:

Anónimo disse...

caro Senhor

Já nas vias ferroviárias estamos a "começar" (esquecendo o pendular de Cravinho mas que nunca teve via para cumprir o desempenho esperado,e, ou, para justificar um posterior TGV):
O "stupori mundi", como julgo ser conhecido o comunicativo Ministro Santos vai começar a gastar a sério na ferrovia ( na autovia seria difícil justificar- só Singapura nos ultrapassa), nem que para isso tenha de proibir via aérea, proibindo voos com percursos inferiores a 600Km.
Ou seja, se eu de Lisboa quiser ir de avião ao Porto, apanho o comboio para faro, e então embarco no avião para o Porto. São engraçadíssimos estas figurinhas de comédia que governam; pena é sairem-nos tão caro...!

Melhores cumprimentos

Vasco Silveira