Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

03/09/2013

Exemplos do costume (15) - A fábrica de presidenciáveis já começou a trabalhar (II)

Continua a campanha de promoção a candidato a PR de Sampaio da Nóvoa, mais uma machina do deus Soares, uma espécie de sucessor de Fernando Nobre. Desta vez foi a entrevista à Pluma Caprichosa Clara Ferreira Alves – não por acaso, uma notória admiradora do proprietário do PS - na Actual do Expresso de sábado passado. Podem ler-se no Blasfémias alguns extractos do pensamento sublimado do putativo candidato.

Vem a propósito recordar uma original teoria conspirativa de há quase 10 anos do (Im)pertinências (*) sobre a atracção do luminarium vulgaris portucalensis por morar em Belém:

«E porquê a atracção? Uma teoria conspirativa: é mais barato e mais agradável ser presidente da República do que líder da oposição, que implica suportar a travessia do deserto do poder, aguentar uma cambada de potenciais traidores escondendo as navalhas da traição nas calças da pouca vergonha e suportar uma infinita corja de medíocres ansiando por uma sinecura, tudo isto apenas mitigado pelo séquito de seguidores incondicionais, que vai minguando, na medida em que mingua a esperança do governo de serviço cair. Mais importante do que perceber o porquê daquelas almas se sentirem atraídas pela presidência, quais borboletas pelo candeeiro, é perceber as causas da popularidade da coisa. Porquê a populaça venera tal comportamento, que outras populaças doutras paragens achariam irresponsável e oportunista? Deve haver algo nas profundezas da alma lusitana que o explica. Algo que leva os portugueses a criarem mecanismos sociais e políticos para entropicar a sua vida. O Impertinente acredita que a coisa remonta à ocupação da Lusitânia pelo império, se não antes – não é verdade que um governador romano escreveu ao imperador, lamentando-se, resignado, que os povos indígenas não ser governavam nem se deixavam governar?»

Sem comentários: