Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

05/09/2013

ESTADO DE SÍTIO: A banca, os swaps, a reputação e o regime

No final de Agosto, o Santander Totta processou o ministério das Finanças e o IGCP por danos reputacionais ao divulgar a informação que o banco teria tido um ganho de 100 milhões logo no início do contrato de swap com a Metro do Porto, em vez do ganho real que foi 9,5 milhões de euros.

Resumindo: temos um ministério das Finanças a enganar-se numa proporção de 1 para 10, temos um banco estrangeiro que acha que a sua reputação tem valor e, mostrando não ser um banco do regime, processa o Estado.

No mesmo país, mas como se estivesse noutra galáxia, sabe-se agora que entre 2006 e 2012, dois bancos do regime, o BESI do grupo BES (banco de «todos os regimes», Salgado dixit) e o BPN (bando ligado a figurões do PSD, nacionalizado por figurões do PS), receberam da Carris 52 milhões de euros de contratos swaps, mais do que as perdas em outros contratos considerados de alto risco.

É fácil prever que nenhum destes dois últimos bancos irá processar o Estado por danos à reputação, por duas poderosas razões: por viverem encostados ao Estado e porque a sua reputação é pouco susceptível de danos.

Sem comentários: