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14/01/2004

AVALIAÇÃO CONTÍNUA: Afinal está tudo explicado – foi a cerveja.

Secção Perguntas impertinentes
aqui escrevi, com uma certa ironia, sobre o doutor João Magueijo e a sua obra «Faster than the speed of light: The story of a scientific speculation».
Para ser honesto, devo confessar que a ironia foi alimentada pela inveja. Onde tinha o doutor Magueijo encontrado a inspiração para a estória de tal especulação científica? Como é que os outros suam pesquisas nos laboratórios, gemem observações nos observatórios, e até ajoelham orações nos oratórios, para produzir umas insignificâncias e o nosso doutor João tem um clique e pimba!, deslumbra-nos com a sua especulação cosmogónica? Esmaga-nos com a quinta-essência. Arrasa-nos com a sua micro onda cósmica. Quem é que ele pensa que é? O professor Stephen Hawking? E onde está a cadeirinha de rodas?
No more envy. Na sua entrevista ao Independente de 9 de Janeiro a jornalista ataca a primeira pergunta com a resposta às minhas interrogações:
«Estava um belo dia um cientista alentejano a passear em Cambridge a tentar sobreviver a uma ressaca, depois de muitas cervejas. De repente – eureka! – o cientista concluiu que Einstein estava errado e que, afinal, a velocidade da luz é variável. Foi assim que nasceu a sua teoria revolucionária?
A coisa está explicada, mas é caso para perguntar: que raio de cerveja era essa?
Mesmo sem saber qual a cerveja, atribui-se um afonso incondicional ao doutor Magueijo pela sua estória - ainda que possa ser uma grande tanga, está bem contada. Levará gradualmente mais afonsos à medida em que a comunidade científica internacional se libertar da penis envy e se render à sua teoria revolucionária.
Contudo, o dever obriga-me a atribuir 5 ignóbeis pela substituição dum bom tintol de Borba por uma miserável lager, mesmo sabendo-se que duma ressaca com um poderoso elixir alentejano dificilmente se destilaria especulação cosmogónica.

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