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17/01/2012

Se não tem solução não é problema (ACTUALIZADO)

A Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) foi ontem queixar-se ao primeiro-ministro que a partir de Março não há encomendas e estão em risco 140 mil postos de trabalho dos actuais 760 mil, depois de já ter perdido 245 mil desde 2002 até ao 3.º trimestre de 2011.

Gostava de saber o que espera a CPCI do governo. Possivelmente o relançamento as PPP e outras obras públicas, na melhor hipótese. Na pior, subsídios.

Esquecendo que uma política de sustentação artificial de actividades económicas com procura evanescente teria conduzido a ainda hoje se cultivar a terra com enxadas e construírem carroças e carros de bois e esquecendo terem sido as PPP e as obras públicas em geral, sem custo-benefício que as justificasse, uma das causas principais do endividamento presente e futuro, de onde é que a CPCI espera que o governo extraia o dinheiro?

De mais empréstimos? Os que existem da troika mal dão para pagar o serviço da dívida que este ano atingirá mais de 20% do PIB.

De mais impostos? Nesta altura do campeonato mais impostos já significam menos receita? (*)

Resta um trade off entre redução da despesa corrente e aumento do investimento público. E onde vai o governo reduzir a despesa corrente? No SNS? Nos subsídios de desemprego? Nas pensões? Nos salários dos funcionários públicos? Aceitam-se sugestões.

(*) ACTUALIZAÇÃO:
A respeito do «mais impostos já significam menos receita», acabo de ler o post «Se todos pagarmos, pagamos menos (2)» de O Insurgente, cuja leitura se recomenda, onde se mostra que estamos nesse caminho.

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