«O caso da Itália tem muitas semelhanças com o que se passa aqui. Por exemplo, desde que a Itália e Portugal entraram no euro, deixando de poder desvalorizar as suas moedas, o seu crescimento económico praticamente estagnou por causa da perda de competitividade. Com a agravante de Portugal ser um país relativamente pequeno, onde todos se conhecem, sendo por isso mais fácil prosperar entre nós o 'capitalismo de compadres'.
Seria cómico, se não fosse tão dramaticamente errado, dizer que em Portugal se prosseguem políticas ditas neoliberais. Pelo contrário, no nosso país mandam muito os poderes corporativos, como também em Itália. Daí a extrema dificuldade de reformar o que quer que seja, pois os interesses instalados logo armam um berreiro.
O colapso da dinastia financeira Espírito Santo eliminou uma zona de promiscuidade entre a política e os negócios, é verdade. Mas não se justifica falar de uma nova era. Parece-me demasiado optimismo, pois a aversão nacional à concorrência e o hábito empresarial de viver à sombra do Estado são características seculares, enraizadas na mentalidade portuguesa.»
O travão corporativo, Francisco Sarsfield Cabral no SOL
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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23/08/2014
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: Capitalismo de compadres
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