Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

27/08/2014

Mitos (178) – A pior recessão europeia de sempre

Este é um mito bastante difundido, tornado atractivo por diagramas como o seguinte, extraído de uma peça do Washington Post com o sugestivo título «Worse than the 1930s: Europe’s recession is really a depression».


De seguida costuma vir, como vem na peça citada, a defesa da inevitabilidade keynesiana de aumentar a despesa pública para puxar pelo consumo, inevitabilidade “modernizada” com as políticas de quantitative easing dos bancos centrais. Independentemente da bondade destas estratégias, a fundamentação da sua necessidade tem pés de barro por várias razões, a começar pela caldeirada de épocas e zonas económicas – qual o racional, por exemplo, de comparar o Japão do período 1992-2001 com a Grande Depressão ou com a crise europeia dos anos 2007-2014?

No caso da Zona Euro, as situações e os problemas dos países que a integram são tão diversos que faz pouco sentido uma abordagem one size fits all. Acresce que se estão a comparar sistemas económicos de duas épocas que distam entre si 80 anos com diferenças abissais de demografia, produtividade, PIB per capita.

Sem comentários: