Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

12/08/2014

AVALIAÇÃO CONTÍNUA: Revisão da nota de Carlos Costa e do BdeP

Secção Res ipsa loquitur

À medida que se vão conhecendo mais factos sobre a «resolução» do BES pelo BdeP, mais se tornam caricaturais as versões montadas pelos socialistas (atormentados pelo espectro do BPN – ver a série «A nacionalização do BPN não custou nada e o nada vai já em... » do Pertinente) e sobretudo as versões esquizofrénicas e ignorantes de comunistas e bloquistas. Só um pouco menos caricaturais são as versões que pretendem glorificar o BdeP e Carlos Costa pela clarividência e pela coragem.

Os últimos factos conhecidos são o corte do financiamento ao BES pelo BCE e a exigência do pagamento de 10 mil milhões (um sexto do activo do Novo Banco) no dia 1 de Agosto, a 2 dias do anúncio da decisão de «resolver» o BES, e, como consequência inevitável para manter o Novo Banco a flutuar, a injecção pelo BdeP de 3,5 mil milhões de euros ao abrigo do mecanismo de liquidez de emergência (ELA).

O que sugerem estes factos? Simplesmente que Carlos Costa e o BdeP foram empurrados pelo BCE para «resolverem» o BES dois dias depois. Tê-lo-iam feito sem esse empurrão? Talvez não, porque desde pelo menos algumas semanas atrás já lhes sobejavam motivos e não o fizeram – afinal tratava-se de empurrar pela janela o Dono Disto Tudo e imagino o rosário de pressões sobre Carlos Costa por resmas de figuras de cera do regime.

Há nisto alguma novidade? Relativamente pouca. Algum dia o BdeP andou à frente dos acontecimentos em matéria de tomadas de medidas? De todo não e, por apego à verdade e justiça a Carlos Costa, devemos concluir, que andando atrás, ao menos andou na direcção certa.

Resumindo e concluindo, três bourbons para o BdeP pela evolução na continuidade, três urracas e um afonso para Carlos Costa, respectivamente pelas tergiversações e por finalmente ter «resolvido» no último momento.

Actualização:
O Expresso confirma que terá sido «a pressão de Frankfurt que precipitou a intervenção do Banco de Portugal no banco durante o fim-de-semana»,

Sem comentários: