A mesma corporação de militares profissionais que comandou incompetentemente 200 mil camponeses analfabetos, mal equipados e mal treinados, nos campos de batalha da I guerra mundial, onde ficaram mais de 10 mil mortos e milhares foram estropiados.
A mesma corporação que fez o golpe de 28 de Maio de 1926 e colocou no poder uma ditadura retrógrada.
A mesma corporação que comandou com duvidosa competência centenas de milhar de soldados, dos quais lá ficaram mais de 8 mil, durante 13 anos de guerra colonial e os entregou ao comando no terreno de oficiais e sargentos milicianos, enquanto se refrescava no ar condicionado dos postos de comando.
A mesma corporação que fez o golpe de 25 de Abril de 1974 como consequência acidental de um protesto reivindicativo contra a promoção a capitão desses mesmos oficiais milicianos que davam o couro numa 2.ª comissão. A mesma corporação que fugiu como coelhos das colónias e as deixou à mercê de guerras tribais. A mesma corporação que depois do golpe partilhou o poder com forças políticas antidemocráticas.
A mesma corporação que assistiu num ruidoso silêncio ao longo caminho para a insolvência enquanto se batia pelas «promoções por arrastamento». Essa mesma corporação, ou, ao que parece, o topo aposentado dessa corporação, vai jantar na próxima 6.ª feira para «refletir sobre as medidas, como o corte de efetivos e as alterações profundas no dispositivo de defesa, e de que modo a sua concretização não poderá desarticular ou descaracterizar as Forças Armadas». Os militares jantam? Não exactamente. Segundo os representantes de outra corporação, a dos jornalistas de causas, os «militares agitam-se».
Não ignoro que houve no passado e haverá provavelmente militares profissionais que não se identificam com a doutrina oficial da corporação. Porém, até fazerem ouvir as suas vozes discordantes não é possível ter a certeza.
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
4 comentários:
E vai ser preciso uma messe das grandes para tanto comensal:
http://www.dn.pt/especiais/interior.aspx?content_id=3030869&especial=Revistas%20de%20Imprensa&seccao=TV%20e%20MEDIA
Há mais estrelas que cabos rasos...
Neves
Uma impertinência impertinente?
As FA são o (um) espelho do Regime.
Tal como no ancien régime
O Exército era o espelho da Nação.
Et pourtant, de que nos queixamos nós?
Quanto ás + estrelas q rasos, olhemos para a AR, para os 400 reformados da política com 8 anos de trabalhos pesados.
Cor-ref (e inconveniente)
Militares?...
Hum, aquilo cheira mais a funcionários públicos fardados...
Claro que são funcionários públicos. Mesmo o 25 do a foi uma pura reinvidicação salarial que o PCP aproveitou.
Quando eu era jovem dizia-se que quem não tinha jeito para nada ia para a tropa.
A marinha era coisa diferente, fina. E compreende-se: um país que inventou e necessitou de uma (nova e diferente) maneira de guerrear fomos nós. Um Império aonde só se chegava por mar.
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