Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

07/02/2013

DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: As raízes do culto da dependência, da falta de iniciativa, do défice de empreendedorismo e do estatismo (1)

«Segundo os dados do Eurostat, em 2011 Portugal foi dos países onde mais jovens – entre os 25 e os 34 anos – residiam em casa dos pais. A contrastar com os 46,3% de cidadãos que não conseguiram a sua independência no território nacional, na Dinamarca, na Suécia e na Finlândia eram menos de 5% os que ainda estava em casa dos pais.



Portugal é o quinto país de 21 estados analisados onde o número de jovens a residir em casa dos pais é maior. É apenas ultrapassado, no Leste, pela Eslováquia, pela Roménia e pela Bulgária e no Sul pela Grécia e por Malta. Nestes países, mais de 50% dos jovens não conseguem ter casa própria. A “Der Spiegel” analisou as estatísticas europeias e concluiu que Portugal surge ao nível de países como Itália (44,7%), Roménia (42,2%), Hungria (42%), Eslovénia (44,1%) e Polónia (44,4), onde mais de 40% dos jovens ainda não conseguiram tornar-se independentes.

Estes dados não surpreendem Moisés Espírito Santo. Segundo o sociólogo, nos anos 70, os portugueses só saíam de casa com o casamento, enquanto mais de 50% dos jovens da Europa Central iam morar fora da casa dos pais com o primeiro trabalho. “Entre nós havia dificuldade cultural em aceitar ou promover a emancipação juvenil. Os jovens não sabiam viver sozinhos, nem os pais procuravam ensiná-los a ser livres e autónomos. Havia um certo infantilismo entre os jovens, um certo parasitismo, e tendência para viver à custa dos pais”, explica. Para o especialista, com a crise económica, esta tendência cultural “restaura-se, mantém-se e desenvolve-se”, mas isso não é considerado grave, nem para os jovens nem para os progenitores. “Os pais até se sentem mais confortados com a presença em casa de um filho jovem.”

O psicólogo Quintino Aires diz que a saída tardia de casa dos pais pode provocar uma “décalage terrível nas etapas da vida”, porque os jovens se tornam “extremamente imaturos”: construir um casamento, ter filhos ou até iniciar uma carreira profissional cria “dificuldades que se prolongam no tempo”. Américo Baptista concorda: “As pessoas têm acesso às responsabilidades adequadas da vida mais tarde o que não é nada benéfico”, frisa o psicólogo

«Portugal é dos países onde os jovens ficam até mais tarde em casa dos pais» no ionline

(Continua)

1 comentário:

Pável Rodrigues disse...

Pois é. Talvez seja por isto:

"Em miúdo eu tinha um IPedra.

Não gastava energia nenhuma, nem sequer solar!
Não precisava de "pen": para escrever, até prego enferrujado servia!
Mesmo partida, qualquer um dos pedaços funcionava lindamente!
Quando me arrependia do que escrevia, bastava cuspir no "screen" e passar a mão para fazer um "reset" total!

E o melhor de tudo: A inteligência era transferida do meu cérebro para o "device", não o contrário!"
(Circula na Net)