Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

18/02/2013

A iniquidade das leis depende de quem as aprova?

Para que não haja dúvida, recordo já aqui ter escrito que compelir os consumidores a exigirem factura sob ameaça de coima «é uma lei iníqua, por pretender colocar os cidadãos no lugar de polícias fiscais, e muito provavelmente ineficaz».

Também escrevi aqui que essa iniquidade e ineficácia não justifica a boutade ordinária e de baixo nível de um ex-secretário de estado deste governo que, aliás, não alinha nem o mais preguiçoso argumento contra essa norma, a não ser o disparate de invocar a Lei da Protecção de Dados que nada tem a ver com o assunto. E acrescento que só compreendo essa boutade como um ritual de readmissão na capelinha dos intelectuais de trazer por casa, da qual FJV já tinha sido expulso pelo pecado de estar um ano e meio num governo agora sem pátina literária.

E ainda acrescento que essa boutade de péssimo gosto e politicamente incorrectíssima, por pretender ofender um outro colega de infortúnio com um «tomar no cu» do fiscal, essa boutade dizia eu, crucificaria qualquer desgraçado que a usasse não pertencendo ao clube dos frequentadores da capela onde FJV pretende agora ser readmitido e entre os quais a prática de «tomar no cu» parece ser corrente.

Faltou-me ainda referir, o que agora faço graças a este post do blogue «Com jornalismo assim, …», desmascarando as práticas habituais do jornalismo de causas de contrafacção da informação, que a iníqua norma legal foi na verdade inventada pelo governo socialista de Guterres em 2001. Invenção que, pelos vistos, além de na época não parecer ter indignado ninguém, também foi agora convenientemente esquecida.

Sem comentários: