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26/02/2012

Pro memoria (51) – O MoU não foi feito para fazer crescer a economia nem para criar emprego

«Recordo sobretudo as afirmações dos deputados do PCP e do Bloco de Esquerda, que me soaram muito próximas. Num registo contido e que me pareceu sincero, as pessoas disseram, no essencial, o seguinte: "Não conseguimos perceber como os representantes da troika conseguem dizer que está tudo a correr bem, quando o que nós vemos é que está tudo cada vez pior, com a recessão a agravar-se e o desemprego a aumentar" (cito de cor, procurando respeitar o que me pareceu o essencial das afirmações).

 Estamos, como afirmei, perante um problema político de primeira grandeza. O programa acordado com a troika, e cujo cumprimento esta vigia, não foi feito para fazer crescer a economia nem para criar emprego. Foi feito para resolver um problema de incapacidade de financiamento da economia portuguesa, cujo indicador mais objetivo é o comportamento das taxas de juro das obrigações do Tesouro no mercado secundário (aquelas que, um dia, o anterior ministro das Finanças afirmou não poderem atingir os 7% sem que isso fosse recebido como um sinal vermelho). As medidas tomadas para tentar resolver este problema criam recessão e desemprego na esperança de que, de seguida, Portugal possa voltar a recorrer ao mercado financeiro, criar emprego e fazer crescer a economia.»

Daniel Bessa no Expresso de 25-02

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