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18/12/2016

Mitos (247) – O que é fácil de explicar é o insucesso. O sucesso é mais difícil (actualizado)

Agora que foram divulgados os rankings das escolas secundárias e se constata que a escola pública melhor classificada está em 35.º lugar e nas primeiras 50 encontramos apenas 5 públicas, vão começar as lengalengas habituais baseadas na sociologia de pacotilha que explica o sucesso das escolas privadas pelas origens sociais dos seus alunos, o que desde logo não permite compreender porquê 1/5 das escolas privadas estão na metade inferior do ranking. (*)

Talvez não seja má ideia confrontar essa mitologia com as conclusões que se podem retirar do PISA 2015 (vou seguir de perto o artigo da Economist «What the world can learn from the latest PISA test results». E, falando de mitologias, comecemos pela da geringonça que atribui as melhorias registadas pelos alunos portugueses nos testes do PISA 2015 aos ministros da Educação dos governos socialistas, mitologia já aqui desmontada (a conclusão foi, recorde-se, que os melhores ministros são os mais contestados pela Fenprof). O diagrama seguinte que coloca Portugal entre os países que fizeram maiores progressos mostra, uma vez mais, que entre 2009 e 2012 não houve progressos que voltaram a verificar-se em 2015 depois de 4 anos de Nuno Crato (aliás, citado pela Economist).



Outro dos mitos é que a sucesso do ensino depende essencialmente do dinheiro atirado para cima dele. Sendo certo que sem dinheiro não se conseguem resultados, o dinheiro só é crítico quando é pouco. Como o diagrama seguinte mostra, acima de $50 mil por aluno o efeito do aumento da despesas é negligenciável.



Quanto ao mito do status socio-económico dos alunos ser o factor determinante no seu sucesso escolar, veja o diagrama abaixo que coloca esse factor em 5.º lugar atrás da disciplina nas aulas (um factor que a esquerdalhada defende ser irrelevante), com um efeito positivo (+16,2%) da mesma ordem de grandeza do efeito negativo (-15,2%) de faltar às aulas.


Ainda a respeito do mito do status socio-económico, veja-se o diagrama «Impact of social background» respeitante a Portugal no relatório da OCDE e constate-se que esse impacto associado ao status social dos pais diminuiu de 2009 para 2015. 

É claro que tudo isto não penetra nas mentes atafulhadas de ideias feitas do eduquês, fundamentadas nas ciências de causas do socialês, fabricadas pela esquerdalhada com o exclusivo propósito de preservar a corporação Fenprof e garantir a continuidade do controlo da educação estatal.

(*) Dois dias depois de publicado este post, João Pires da Cruz publicou no Observador «O mistério da estrada de Arruda (sobre o ranking das escolas)» um artigo onde, usando o exemplo de uma escola privada (Externato João Alberto Faria) com contrato de associação no segundo concelho (Arruda dos Vinhos) com poder de compra mais baixo do distrito de Lisboa, desmonta o mesmo mito de que «os resultados escolares são essencialmente determinados pela condição social e cultural das famílias».

1 comentário:

Anónimo disse...

ME LEMBROU CA SE O ESTUDO DESSE ISSO DAI JA IAM DIZER O DE SEMPRE MAS COMO DEU A EDUCAÇÃO FALIDA COMO UM TODO ELES TAMBEM JA ARRUMAM ALGO PRO DO COSTUME OU SEJA ZZZZZZZZZZZZZ