Foi há dias tornado público um estudo do Conselho Nacional da Educação patrocinado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos onde se conclui que «Portugal é de todos os países da Europa aquele que mais associa chumbar com um baixo estatuto socioeconómico e cultural da família. As escolas portuguesas parecem estar a ser incapazes de fazer um trabalho de nivelamento de oportunidades, principalmente se nos lembrarmos que é até ao 6.º ano que a maioria dos chumbos acontecem».
Não é novidade nenhuma e mostra bem como o sistema educacional público português contribui para reduzir, ainda mais, a já reduzida mobilidade social. Qualquer criatura com dois dedos de testa não precisa que lhe expliquem que uma criança ou um jovem proveniente de um estrato social baixo, com pais com pouca ou nenhuma literacia, numa percentagem apreciável separados, para quem, em muitos casos, a escola é mais um depósito do que um sítio onde se combate a fatalidade, tem um enorme handicap face uma criança ou um jovem com pais de nível educacional elevado que dão importância à escola e incentivam a aprendizagem.
O efeito do ensino facilitista hipotecado ao sindicalismo e à Fenprof em relação à segunda criança ou jovem, é um obstáculo superável com maior empenho dos pais, mais explicações ou, em último caso, mudança de escola. Em relação à segunda significa a sua condenação ao aparente sucesso escolar à custa do laxismo com garantia de insucesso na vida profissional e na vida em geral.
É por isso que a abolição de exames, o rebaixamento do nível de exigência aos professores, a recusa de avaliação do seu desempenho, as práticas de facilitismo e os discursos idiotas das Catarinas Martins deste país condenam as crianças e jovens pobres a serem mais pobres e falhados do que os seus pais.
É mais um exemplo da lei das «unitended consequences» que, a pretexto da igualdade hic et nunc, levam a esquerdalhada a contribuir para a desigualdade irremediável e perpétua.
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
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Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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30/01/2016
SERVIÇO PÚBLICO: De como a igualdade hic et nunc leva à desigualdade irremediável e perpétua
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1 comentário:
Mais fundo vão as razões para isso. E enquanto a condução da educação estiver nas mãos da corporação não se prevêem melhorias, com este governo de Cartarina e os seus liricos só prevejo piorias.
Porque são desincentivados a conduão das turmas pelo mesmo professor desde que entra na escola? estão a proteger que interesses?
Onde andam os paizinhos e as suas associações? a pastar caracois?
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