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09/01/2015

Pro memoria (217) – Brigate Rosse, Rote Armee Fraktion, FP-25 e fundamentalismo islâmico europeu, a mesma luta

«O alvo do terror jihadista no Ocidente são, na verdade, as comunidades muçulmanas e a possibilidade de estas viverem a sua fé de outra maneira que não em estado de furor inquisitorial. O polícia assassinado na rua a seguir ao ataque à revista chamava-se Ahmed Merabet. Na redacção, morreu um revisor de provas com o nome de Mustapha Ourrad. Eram muçulmanos, como aliás todos aqueles que os jihadistas matam regularmente às dezenas e às centenas no Médio Oriente, no Afeganistão e no Paquistão. No Ocidente, o objectivo dos jihadista não é zelar pelo Islão, é comprometer os muçulmanos, é impedir a sua integração nas democracias, é estigmatizar o Islão, é reduzi-lo, aos olhos de todos, a uma simples plataforma de terror.

Não estamos perante uma lógica exótica. Conhecemo-la dos terrorismos da extrema-esquerda europeia da década de 1970. A tese era que não havia diferença entre a democracia representativa e a ditadura fascista: ambas eram organizações de classe para oprimir o proletariado. A violência dos guevaras de subúrbio estava calculada para provocar a violência do Estado democrático, de modo a que este revelasse a sua verdadeira natureza de ditadura de classe. O proletariado seria assim levado a optar pelo confronto violento. Os jihadistas, com o seu terror, contam pôr o Estado democrático e a diáspora muçulmana na mesma situação de tensão e conflito.
»

«Morrer de pé em Paris», Rui Ramos no Observador

2 comentários:

Anónimo disse...

Muito bem explicado!

Anónimo disse...

Adenda: já entenderam a utilidade das Cruzadas?
Matem estes facínoras!