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06/01/2015

QUEM SÓ TEM UM MARTELO VÊ TODOS OS PROBLEMAS COMO PREGOS: O alívio quantitativo aliviará? (12) São cada vez mais os incréus

Outras marteladas.

Sobre as bolhas em formação no imobiliário e no mercado de capitais já dediquei vários posts desta série. Falta acrescentar a bolha das fusões e aquisições (M&A). Aqui ficam dois diagramas da Economist que ilustram um fenómeno prenunciador de crashes.


Pode ainda adicionar-se mais um «indicador avançado de bolhas»: a queda dos prémios nos mercados internacionais de resseguro que ainda a semana passada motivaram um artigo de Alistair Gray no Financial Times («Reinsurance price cuts prompt viability fears»), alarmado pelo facto de antecipar possíveis falências de resseguradores. Por razões que agora não tenho tempo de explicar, esta queda e as possíveis falências de operadores têm sido fenómenos associados a crashes.

Sobre as preocupação dos investidores, tome-se nota dos rumores sobre Warren Buffet, o Sage of Omaha, poder estar a preparar-se para um crash – o seu rácio preferido Capitalização bolsista/PIB está a aproximar-se de uma zona crítica. Buffet não está sozinho, outros investidores têm as luzinhas dos painéis de bordo a piscar (leia-se o Moneynews).

Com isto não quero significar que se deva esperar um crash ao virar da esquina. Estamos num caminho de enchimento das bolhas e, se continuar, elas estoirarão mais à frente. Não irá ser bonito de se ver.

Por tudo isto já não admira estar a enfraquecer a fé sobre a viabilidade e as virtudes do intervencionismo militante dos bancos centrais, como nos mostram os resultados de um inquérito a 32 economistas da eurozona realizado a meio de Dezembro do qual o Financial Times nos dá conta num artigo de domingo passado sob o título «Economists sceptical ECB bond-buying would revive eurozone» que fala por si mesmo.

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