Esta pior hipótese das promessas irrealizáveis dar-lhe-á provavelmente a maioria nas eleições legislativas, visto o número de eleitores patetas se não assegura uma vitória dá um precioso contributo. «Comigo não haverá despedimentos na função pública» significa que Seguro ou está conscientemente a mentir ou, pior, não tem a mínima intenção de reformar o Moloch engordado durante décadas pelo seu partido com algumas ajudas do PSD e do CDS.
«Garantir que não haverá aumento da carga fiscal» para quem se opôs ao aumentos de impostos do governo PSD-CDS é avalizar retroactivamente aquilo a que se opôs. Desculpar-se com não saber o estado em que irá «receber o país» é uma desculpa de mau pagador por duas razões:
- O acompanhamento dos técnicos da troika e a malha da contabilidade apertada pelo Eurostat nos últimos anos não lhe alimentam os receios, ao contrário das trapalhadas de contabilidade criativa herdadas do governo Sócrates que levaram a corrigir retroactivamente os défices de uns pontos percentuais e a dívida pública de quase uma dezena de pontos;
- Pela falta de legitimidade como líder de um partido que foi governo durante 6 anos em que deixou o país da pantanas, durante os quais o então dirigente Seguro nunca cuidou de saber o estado em que esse governo estava a deixar o país.
Seguro tem razão quando diz «a resposta mais fácil é prometer tudo a toda a gente. Mas disso os portugueses estão fartos», e é grave que, uma vez mais, ele faça o mesmo com a maior das faltas de vergonha ou das inconsciências, se preferirem.
Talvez a única coisa aproveitável da sua entrevista tenha sido a dúvida que colocou às assessoras de imagem: «fico melhor com casaco aberto ou fechado?»
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