Recapitulando: já se sabia, pelo menos desde 1961 (Robert Mundell, «A Theory of Optimum Currency Areas»), que uma zona monetária para ser óptima precisa cumprir um certo número de condições. Esqueçamos, por agora, todas as outras e concentremo-nos na mobilidade da mão-de-obra que no caso da EU27 apresenta ainda barreiras culturais e administrativas (acesso condicionado a muitas profissões, sistemas de segurança social heterogéneos, etc.), e obviamente linguísticas (mais de 20 línguas diferentes), que constituem obstáculos poderosos.
Já aqui se evidenciaram as diferenças muito significativas entre as a taxas de desemprego na EU27 que indiciam uma reduzida mobilidade. Veja-se agora o diagrama seguinte que revela o mesmo fenómeno mas numa visão dinâmica nos últimos 10 anos.
Fonte: «The euro zone - One currency, divergent economies» |
Uma vez mais se confirma a falta de condições económicas mínimas para garantir a sustentabilidade de uma moeda comum. Estamos, por isso, face a um trilema: desmantelar a Zona Euro e suportar o choque monetário de desvalorizações violentas nos países da periferia; adoptar uma política fiscal única, um orçamento e um ministro europeu e desmantelar todas as barreiras ainda existentes para a livre mobilidade de capitais e trabalhadores, ou seja caminhar cada vez mais para uma federação europeia ao arrepio dos eleitorados com todas as consequências políticas; ou deixar tudo na mesma durante algum tempo até que as realidades económicas, sociais e políticas tornem inevitáveis uma das duas outras opções.
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