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10/04/2013

Bons exemplos (55) – Qual a diferença entre a justiça brasileira e a portuguesa? (IV)

Continuação de (I), (II) e (III)

Segundo a revista Veja, hoje distribuída em Portugal, o caso Mensalão, o escândalo onde chafurdou o PT nos tempos de Lula, teve novos desenvolvimentos 8 anos depois: o ex-presidente Lula passou a figurar formalmente na lista dos investigados, como «comandante em chefe do esquema». Esquema que agora se sabe ter incluído 7 milhões de dólares entregues clandestinamente pela Portugal Telecom e negociados entre António Palocci, à época ministro da Fazenda, e Miguel Horta e Costa, presidente da Portugal Telecom nessa altura. O dinheiro terá vindo das contas de um fornecedor da Portugal Telecom em Macau.

E assim se fecha o círculo: os Espíritos enfiados até ao pescoço nas manobras brasileiras, através de José Dirceu que «trabalhou» para a Ongoing (veja a longa série de posts «Quem é o deus ex machina da Ongoing?»), aparecem agora outra vez por intermédio do seu homem de confiança ao tempo na Portugal Telecom. Como se verá, este processo do Mensalão, com tudo para ser seguido pela justiça portuguesa, vai ficar tão esquecido como todos os outros casos envolvendo os «banqueiros de todos os regimes», como um dia confessou Ricardo Salgado.

Esclarecimentos:

(1) Por falta de tempo e de paciência não escrevi n vezes «alegado» e «alegadamente», mas evidentemente todos os culpados são inocentes antes e depois de serem julgados, caso houvesse julgamento, o que todos evitarão cuidadosamente com a preciosa ajuda da justiça;

(2) O título «Bons exemplos» da série de posts aplica-se obviamente à justiça brasileira.

1 comentário:

Anónimo disse...

Por falta de tempo e de paciência não escrevi n vezes «alegado» e «alegadamente», mas evidentemente todos os culpados são inocentes antes e depois de serem julgados, caso houvesse julgamento, o que todos evitarão cuidadosamente com a preciosa ajuda da justiça.

Acho muito bem. Poupou dedinhos e pachorra.
Justiça: Sistema de leis legalizando a injustiça. Segundo Millôr.