Outras avarias da geringonça e do país.
«Os portugueses não gostam de maiorias absolutas». Nós gostamos, mas fingimos que não gostamos
De tanto fingirem vão acabar a ter de gostar, porque até para os (alguns) eleitores portugueses há um limite e depois do desmoronar do castelo de Tancos de onde fugiram os ratos do regime, o PS vê mais longe a maioria absoluta. Uma semana depois, perde 3,5% nas intenções de voto e o PSD que chegou a 28,5% está agora nos 26,4% a 10,4% (fonte)
Tão amigos que nós fomos
Depois de ser pegado com Catarina Martins a propósito da paternidade/maternidade da geringonça que ambos disputam, Costa acabou a pegar-se com Rio que, depois de um ano e meio de grande convergência, viu no caso Tancos a sua oportunidade de aumentar a sua esperança de vida política concluindo o óbvio: ou bem Costa sabia e é mentiroso, ou bem Costa não sabia e é incompetente. De caminho, deixou cair mais um dos seus princípios éticos, na circunstância o de que se deve deixar funcionar a justiça e não antecipar condenações na praça pública.
O Estado sucial tem de ter instituições socialistas
Desde logo uma justiça compatível e daí a preocupação de Costa (Marcelo deu uma ajudinha) em não renovar o mandato de Joana Marques Vidal. Já está a dar frutos. O parecer do Conselho Consultivo da PGR pedido por Costa sobre a lei das incompatibilidades «inventou um novo método de interpretação das leis: a interpretação irreal. Ou seja aquela que mais se afasta da literal» confirmando o que mais convinha a Costa e à família socialista que parasita o Estado Sucial.
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
30/09/2019
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: A maior ameaça à democracia vem da suas instituições ocupadas por "gente que não sabe estar"
«Não quero dizer que Tancos seja o cenotáfio da democracia. Seria exagerado. Mas, se houver um dia uma tragédia, poder-se-á dizer que alguma coisa começou ali, naquela charneca. Tancos acrescenta-se ao BNP, ao BES e ao BCP. À PT, à EDP e aos cimentos. À Face Oculta e à Operação Marquês. Aos incêndios e à Protecção Civil. Aos políticos arguidos e nunca julgados. Aos despachos de arquivamento inexplicáveis. (...)
Em tempos de politica de massas, de redes sociais e de lugares comuns, os regimes autoritários, fascistas, comunistas ou populistas são, como no passado recente, golpes em democracias falhadas, em países onde as revoluções não vingaram e onde a democracia foi capturada.
Não serão brigadas fascistas, regimentos europeus ou destacamentos comunistas que ameaçarão a democracia portuguesa. Nem sequer o capitalismo chinês ou as multinacionais americanas. Quem o fizer, será graças aos políticos portugueses e aos tribunais portugueses. E será por causa da corrupção, do nepotismo e da porta giratória. E da falta de justiça.»
«Os inimigos da democracia», António Barreto
Em tempos de politica de massas, de redes sociais e de lugares comuns, os regimes autoritários, fascistas, comunistas ou populistas são, como no passado recente, golpes em democracias falhadas, em países onde as revoluções não vingaram e onde a democracia foi capturada.
Não serão brigadas fascistas, regimentos europeus ou destacamentos comunistas que ameaçarão a democracia portuguesa. Nem sequer o capitalismo chinês ou as multinacionais americanas. Quem o fizer, será graças aos políticos portugueses e aos tribunais portugueses. E será por causa da corrupção, do nepotismo e da porta giratória. E da falta de justiça.»
«Os inimigos da democracia», António Barreto
29/09/2019
DIÁRIO DE BORDO: Senhor, concedei-nos a graça de não termos outros cinco anos de TV Marcelo (90) - O «papagaio-mor do reino» pode não ser o «papagaio-mor» de Tancos
Outras preces
O meu post anterior sobre o «papagaio-mor do reino» escrito a quente pode ter deixado a impressão que estaria a insinuar que Sua Excelência seria "o" «papagaio-mor» de Tancos.
Não estava. Em primeiro lugar porque neste blogue não se pratica o género literário da insinuação e neste caso estava simplesmente a concluir que qualquer pessoa não desprovida de neurónios deduziria que o major Brazão se estava referir a Sua Excelência, por razões que, apesar de não carecerem de explicação, sempre explico: (1) Sua Excelência falou pelos cotovelos sobre o caso de Tancos; (2) Sua Excelência é há décadas e continua a ser "um" «papagaio-mor» e (3) ao ocupar o topo das instituições do regime foi promovido a «papagaio-mor do reino».
Um escrutínio mais cuidado do que vem desde então escorrendo para os mídia pela mão dos jornalismos das diversas causas levou-me a concluir que, sendo Sua Excelência indubitavelmente "o"«papagaio-mor do reino», é pouco provável que seja o «papagaio-mor» de Tancos.
Pro memoria (396) - A reversão para as 35 horas não iria custar nada (IV)
Sequência de (I) e (II) e (III)
Primeiro Costa e o seu Ronaldo das Finanças, a encarnação do rigor orçamental, garantiram que a redução do horário de 40 para 35 horas semanais da legião de centenas de milhares de funcionários públicos não teria impacto orçamental. De seguida, num exercício de maquiavelismo cínico e irresponsável, o presidente dos Afectos no seu despacho de promulgação da Lei 18/2016 em 20 de Junho escreveu:
«Porque se dá o benefício da dúvida quanto ao efeito de aumento de despesa do novo regime legal, não é pedida a fiscalização preventiva da respectiva constitucionalidade, ficando, no entanto, claro que será solicitada fiscalização sucessiva, se for evidente, na aplicação do diploma, que aquele acréscimo é uma realidade».
Desde o final de 2015, quando a geringonça começou a desgovernar, até ao final do 2.º trimestre deste ano o número de utentes da vaca marsupial pública aumentou cerca de 41 mil de 659.144 para 690.494 [Síntese Estatística do Emprego Público (SIEP)].
Há 3 meses, 41 mil novos funcionários públicos depois, concluiu-se que ainda faltavam mais de 45 mil.
Esta semana, soube-se que no SNS se fizeram em 2017 quase 12 milhões e em 2018 mais de 13 (treze) milhões) horas extraordinárias.
Percebe-se porque o Estado Sucial português está condenado, mais tarde ou mais cedo, ao quarto resgate resultante da governação socialista.
Primeiro Costa e o seu Ronaldo das Finanças, a encarnação do rigor orçamental, garantiram que a redução do horário de 40 para 35 horas semanais da legião de centenas de milhares de funcionários públicos não teria impacto orçamental. De seguida, num exercício de maquiavelismo cínico e irresponsável, o presidente dos Afectos no seu despacho de promulgação da Lei 18/2016 em 20 de Junho escreveu:
«Porque se dá o benefício da dúvida quanto ao efeito de aumento de despesa do novo regime legal, não é pedida a fiscalização preventiva da respectiva constitucionalidade, ficando, no entanto, claro que será solicitada fiscalização sucessiva, se for evidente, na aplicação do diploma, que aquele acréscimo é uma realidade».
Desde o final de 2015, quando a geringonça começou a desgovernar, até ao final do 2.º trimestre deste ano o número de utentes da vaca marsupial pública aumentou cerca de 41 mil de 659.144 para 690.494 [Síntese Estatística do Emprego Público (SIEP)].
Há 3 meses, 41 mil novos funcionários públicos depois, concluiu-se que ainda faltavam mais de 45 mil.
Esta semana, soube-se que no SNS se fizeram em 2017 quase 12 milhões e em 2018 mais de 13 (treze) milhões) horas extraordinárias.
Percebe-se porque o Estado Sucial português está condenado, mais tarde ou mais cedo, ao quarto resgate resultante da governação socialista.
28/09/2019
A Amazónia de Macron são as ruas de Paris
Uma espécie de sequela de Ainda a desfaçatez a propósito da Amazónia, desta vez de Macron,
Algumas imagens (atrasadas) da "Marcha pelo clima" em Paris no sábado passado.
Direis que é absurdo esta pândega a propósito do clima, mas a verdade é que botar fogo a qualquer coisa é uma espécie de desporto nacional francês. Sobretudo brûler les bagnoles, como na foto a seguir.
Segundo uma estimativa recente, são incendiados em França uma média diária de 110 veículos.
Algumas imagens (atrasadas) da "Marcha pelo clima" em Paris no sábado passado.
Le Journal de Dimanche |
LCI |
Direis que é absurdo esta pândega a propósito do clima, mas a verdade é que botar fogo a qualquer coisa é uma espécie de desporto nacional francês. Sobretudo brûler les bagnoles, como na foto a seguir.
Le Figaro |
27/09/2019
Nem só o Estado é amigo do empreendedor (13) - A maldição do jornalismo promocional não falha
Outras maldições do jornalismo promocional.
Repetindo-me:
Repetindo-me:
Como se poderá confirmar em outros posts desta série, o jornalismo promocional - uma variedade do jornalismo de causas - está frequentemente associado a uma maldição que leva as empresas promovidas a passar pelas maiores trapalhadas e no limite algumas delas a desaparecerem.
Espero que não seja o caso da Farfetch, uma plataforma de venda de artigos de luxo, o único unicórnio português - unicórnio segundo o jargão startápico é uma empresa tecnológica que foi avaliada em mais de mil milhões de dólares.
Mas receio que seja, porque desde 2007 até hoje, a Farfetch só perdeu dinheiro num total de quase 100 milhões de euros, dos quais 38 milhões só no ano passado, prejuízos que lhe comeram os capitais próprios negativos em quase 80 milhões de euros. É claro que existem a Amazon (desde a fundação), o Facebook (nos primeiros anos), a Tesla e várias outras empresas que perderam ou ainda perdem imenso dinheiro, crescem desalmadamente e estão cotadas em bolsa por dezenas ou centenas de vezes o seu valor contabilístico. Só que são todas elas empresas que criaram produtos ou serviços disruptivos o que não parece ser o caso da Farfetch. Pode ser que seja um unicórnio, mas até ver não apostaria neste cavalo.
Porém, a maior dúvida sobre o futuro radioso da Farfetch é a intensa paixão que está a provocar nos meios do jornalismo promocional, com destaque para o semanário de reverência que já tem um longo currículo de promoções falhadas.
Espero que não seja o caso da Farfetch, uma plataforma de venda de artigos de luxo, o único unicórnio português - unicórnio segundo o jargão startápico é uma empresa tecnológica que foi avaliada em mais de mil milhões de dólares.
Mas receio que seja, porque desde 2007 até hoje, a Farfetch só perdeu dinheiro num total de quase 100 milhões de euros, dos quais 38 milhões só no ano passado, prejuízos que lhe comeram os capitais próprios negativos em quase 80 milhões de euros. É claro que existem a Amazon (desde a fundação), o Facebook (nos primeiros anos), a Tesla e várias outras empresas que perderam ou ainda perdem imenso dinheiro, crescem desalmadamente e estão cotadas em bolsa por dezenas ou centenas de vezes o seu valor contabilístico. Só que são todas elas empresas que criaram produtos ou serviços disruptivos o que não parece ser o caso da Farfetch. Pode ser que seja um unicórnio, mas até ver não apostaria neste cavalo.
Porém, a maior dúvida sobre o futuro radioso da Farfetch é a intensa paixão que está a provocar nos meios do jornalismo promocional, com destaque para o semanário de reverência que já tem um longo currículo de promoções falhadas.
Novos desenvolvimentos:
O texto acima foi escrito há quase dois anos e parece agora premonitório das últimas notícias que nos chegam:
26/09/2019
O bode "espiatório" convertido em bode expiatório pelo papagaio-mor do reino
Onde raio se meteu o papagaio-mor do reino? |
Dois anos depois, Azeredo Lopes é acusado de vários crimes: denegação de Justiça e prevaricação, favorecimento pessoal e abuso de poder. (jornal i)
25/09/2019
ACREDITE SE QUISER: Depois de um programa «social-democrata», o berloquismo preocupa-se com «o privado»
Primeiro foi o programa eleitoral do BE «essencialmente social-democrata» segundo Catarina Martins que agora «admite que os trabalhadores do setor privado acabaram por ser penalizados face à Função Pública».
O «privado» para o berloquismo é uma espécie de resíduo do Estado Sucial e lembrou-se agora da sua existência em desespero por ter percebido que os utentes da vaca marsupial pública e em geral os dependentes do Estado já tem os seus votos adjudicados ao Partido do Estado e lhe resta tentar pescar nos «privados» de dois dos 112 "géneros" .
O «privado» para o berloquismo é uma espécie de resíduo do Estado Sucial e lembrou-se agora da sua existência em desespero por ter percebido que os utentes da vaca marsupial pública e em geral os dependentes do Estado já tem os seus votos adjudicados ao Partido do Estado e lhe resta tentar pescar nos «privados» de dois dos 112 "géneros" .
DIÁRIO DE BORDO: Senhor, concedei-nos a graça de não termos outros cinco anos de TV Marcelo (89) - Quem é «papagaio-mor do reino»?
Outras preces
Sua Excelência durante a sua estadia em representação do Estado Português na AG da ONU, excepcionando o princípio de não falar no estrangeiro sobre assuntos internos, por ele próprio assumido, declarou
«É bom que fique claro que o Presidente não é criminoso»
a propósito do seu alegado envolvimento na mistificação montada sobre o roubo das armas da Base de Tancos, suspeita que resulta de uma escuta ao major Brazão, ex-porta-voz da PJM detido na sequência de "terem sido encontradas" as armas roubadas.
Nessa escuta o major Brazão diz que o «papagaio-mor do reino» tinha conhecimento da montagem. O Ministério Público suspeita, e com ele a maioria dos portugueses que ainda disponham de um neurónio activo, que o «papagaio-mor do reino» seja Sua Excelência. As dúvidas não se dissiparam quando Sua Excelência, em vez de ficar calado ou negar ser o «papagaio-mor do reino», coisa difícil de negar, convenhamos, garantiu que «o Presidente não é criminoso», referindo-se a ele próprio como se fosse outro.
ARTIGO DEFUNTO: Não é que as redes sociais sejam muito credíveis. Os mídia portugueses é que são pouco
Sondagem ICS-ISCTE para o Expresso |
Percebe-se o ódio de estimação dos jornalistas de causas às redes sociais que ameaçam o seu monopólio de manipulação.
24/09/2019
De Rosa a Greta, a longa marcha de um século de infantilização da esquerdalhada
De Rosa Luxemburgo (1871-1919) a Greta Thunberg (2003), cem anos de infantilização |
Greta Thunberg, uma adolescente sueca com o síndrome de Asperger, por ela considerado um superpoder, tornada conhecida por se ter manifestado à porta do parlamento sueco, viajou até Nova Iorque num iate de celebridades (para poupar nas emissões...), inspiradora de greves escolares para defender o ambiente, cultivada por uma legião de celebridades e políticos sem ideias e sem espinha que se deixam insultar por uma grafonola que falta às aulas para lhes debitar sound bites.
Há um pouco mais de cem anos,Vladimir Ilyich Ulyan, mais conhecido por Lenine, publicou o opúsculo célebre «Esquerdismo, Doença Infantil do Comunismo». Hoje Lenine poderia escrever um outro opúsculo: «Infantilismo da esquerdalhada, doença senil do comunismo».
SERVIÇO PÚBLICO: As vacas do Senhor Reitor
Rita Carreira no Destreza das Dúvidas, alinha vários argumentos para mostrar o absurdo e falta de fundamento científico da ejaculação ambiental do Senhor Reitor da Universidade de Coimbra ao proibir o consumo de carne nas cantinas da universidade.
Entre esses argumentos destaco o facto de as emissões resultantes da agricultura (das quais só uma parte deriva da criação de gado) representarem apenas uma pequena parte (menos de um quinto) das emissões resultantes do uso dos combustíveis líquidos principalmente pelos veículos. De onde poderia fazer mais sentido obrigar os estudantes de famílias de melhores posses - que na sua maioria até nem comem nas cantinas - a circularem de bicicleta do que impedir os estudantes tesos de comer uns bons bifes nas cantinas.
Bifes que lhes proporcionariam vitamina B12 e outras substâncias que os ajudariam a ficar menos estúpidos, não se embebedando até ao coma alcoólico enquanto largam toneladas de lixo nas ruas de Coimbra e não elegendo dirigentes da Associação Académica que consideram os seus associados «em parte cérebros da sociedade» (posso concordar em parte que são representativos de uma sociedade já de si pouco inteligente, como mostram as suas elites merdosas).
Conclui Rita Carreira, e eu com ela, apesar de me ter formado noutras universidades (a UT de Lisboa e a da Vida, esta ainda frequento):
«Com esta medida, o reitor apenas indicou que não conhece o método científico, não acredita na liberdade de escolha, desconhece os problemas ambientais, e nem tem confiança na capacidade analítica dos investigadores da universidade que lidera. Um óptimo líder português, portanto.
Declaração de conflito de interesse: formei-me na Universidade de Coimbra, mas, felizmente, o Reitor era outro.»
Entre esses argumentos destaco o facto de as emissões resultantes da agricultura (das quais só uma parte deriva da criação de gado) representarem apenas uma pequena parte (menos de um quinto) das emissões resultantes do uso dos combustíveis líquidos principalmente pelos veículos. De onde poderia fazer mais sentido obrigar os estudantes de famílias de melhores posses - que na sua maioria até nem comem nas cantinas - a circularem de bicicleta do que impedir os estudantes tesos de comer uns bons bifes nas cantinas.
Bifes que lhes proporcionariam vitamina B12 e outras substâncias que os ajudariam a ficar menos estúpidos, não se embebedando até ao coma alcoólico enquanto largam toneladas de lixo nas ruas de Coimbra e não elegendo dirigentes da Associação Académica que consideram os seus associados «em parte cérebros da sociedade» (posso concordar em parte que são representativos de uma sociedade já de si pouco inteligente, como mostram as suas elites merdosas).
Les vaches qui rient de M Le Recteur |
«Com esta medida, o reitor apenas indicou que não conhece o método científico, não acredita na liberdade de escolha, desconhece os problemas ambientais, e nem tem confiança na capacidade analítica dos investigadores da universidade que lidera. Um óptimo líder português, portanto.
Declaração de conflito de interesse: formei-me na Universidade de Coimbra, mas, felizmente, o Reitor era outro.»
23/09/2019
Crónica da avaria que a geringonça está a infligir ao País (206)
Outras avarias da geringonça e do país.
A família socialista tem imenso jeito para o negócio
Depois de várias semanas a sacudir a água do capote, como de costume, perante as buscas da PJ relacionadas com o escândalo das golas combustíveis ao seu gabinete, o secretário de Estado da Protecção Civil demitiu-se «por motivos pessoais». Considerando os outros intervenientes e a tradição socialista, seria mais rigoroso demitir-se «por razões familiares».
A fama da família socialista já chegou a Bruxelas, onde uma eurodeputada francesa e o jornal belga Le Soir, apontaram o dedo Elisa Ferreira (a do «o dinheiro é do Estado, é do PS») por alegado conflito de interesses por estar nomeada para tratar dos fundos regionais e o marido ser presidente da CCDR-Norte que aplicará esses fundos.
Boa nova / O choque da realidade com a boa nova / Então não estamos a crescer mais do que a Óropa?
A família socialista tem imenso jeito para o negócio
Depois de várias semanas a sacudir a água do capote, como de costume, perante as buscas da PJ relacionadas com o escândalo das golas combustíveis ao seu gabinete, o secretário de Estado da Protecção Civil demitiu-se «por motivos pessoais». Considerando os outros intervenientes e a tradição socialista, seria mais rigoroso demitir-se «por razões familiares».
A fama da família socialista já chegou a Bruxelas, onde uma eurodeputada francesa e o jornal belga Le Soir, apontaram o dedo Elisa Ferreira (a do «o dinheiro é do Estado, é do PS») por alegado conflito de interesses por estar nomeada para tratar dos fundos regionais e o marido ser presidente da CCDR-Norte que aplicará esses fundos.
Boa nova / O choque da realidade com a boa nova / Então não estamos a crescer mais do que a Óropa?
«Todos em Portugal estão hoje a viver melhor do que viviam há quatro anos» foi a boa nova que Costa nos anunciou em Castelo de Paiva. Sim, é verdade, vivemos um poucochinho melhor do que há quatro anos. Uns 10% se medirmos a coisa pelo PIB per capita a preços constantes.
Porém, quando comparamos o mesmo indicador nos anos de 2018 e 2008, período que inclui os anos de intervenção da troika que o governo socialista de Sócrates nos ofereceu, o poucochinho fica reduzido a menos de 4%.
E se nos compararmos com a Óropa constatamos que entre 1995 e 2018 o mesmo indicador reduziu-se de 79 por cento para 76 por cento da média UE28. Ou seja, nos 24 anos desse período em que o PS governou em 18 o país empobreceu em termos relativos.
Porém, quando comparamos o mesmo indicador nos anos de 2018 e 2008, período que inclui os anos de intervenção da troika que o governo socialista de Sócrates nos ofereceu, o poucochinho fica reduzido a menos de 4%.
E se nos compararmos com a Óropa constatamos que entre 1995 e 2018 o mesmo indicador reduziu-se de 79 por cento para 76 por cento da média UE28. Ou seja, nos 24 anos desse período em que o PS governou em 18 o país empobreceu em termos relativos.
SERVIÇO PÚBLICO: Mãe denuncia propaganda da ideologia de género nas escolas brasileiras
O combate contra a endoutrinação do fascismo da ideologia de género nas escolas é cada vez mais necessário e se os políticos e intelectuais se acobardam, terá que ser gente do povo a fazê-lo.
Etiquetas:
esquerdalhada,
Quem fala assim não é gago,
verdade inconveniente
22/09/2019
Nem só o Estado é amigo do empreendedor (12) - A maldição do jornalismo promocional, sempre
Outras maldições do jornalismo promocional.
A Maló Clinic é um dos casos de sucesso mediático de empreendedores com amigos nos jornais, nomeadamente e não por acaso, no semanário de reverência que algum tempo antes da queda se referia, em tom encomiástico, a «Maló, o dentista global»:
A Maló Clinic é um dos casos de sucesso mediático de empreendedores com amigos nos jornais, nomeadamente e não por acaso, no semanário de reverência que algum tempo antes da queda se referia, em tom encomiástico, a «Maló, o dentista global»:
«Não quis ser dentista, mas hoje orgulha-se do império criado. Aos 48 anos, Paulo Maló é dono do maior grupo dentário mundial, com clínicas nos quatros continentes»Sete anos e quase 100 milhões de dívidas depois (mais de 3 vezes a facturação que não ultrapassa 30 milhões), o Grupo Maló Clinic foi adquirido pelo fundo Atena Equity Partners e está em Processo Especial de Revitalização a ver se lhe perdoam uma parte das dívidas.
21/09/2019
Eles não compreendem os imperativos de solidariedade dentro da grande família luso-socialista
À nossa, ou, mais exactamente, à Elisa Ferreira que é do PS, tal como o dinheiro, foi atribuída a pasta da coesão e das reformas, uma pasta importantíssima para Portugal, onde pontificou a romena Corina Creţue, agora em fim de mandato, a quem ninguém se lembrou de atribuir um papel importantíssimo para a Roménia, nem o próprio governo romeno.
Talvez por inveja das portuguesas e dos portugueses que, como sabiamente decretou o PR, são as/os melhores de todo o mundo, uma eurodeputada francesa e o jornal belga Le Soir, apontaram o dedo à Elisa do PS por alegado conflito de interesse porque «vai gerir a pasta que integra os fundos regionais e o marido, Fernando Freire de Sousa, é presidente da CCDR-Norte, uma das entidades responsáveis pela aplicação de uma boa parte dos fundos comunitários no terreno». Marido que foi administrador de duas instituições do complexo político-empresarial socialista muito acarinhadas pelo governo socialista de Sócrates: a Fundação Berardo e a La Seda, que deixaram volumosos malparados na Caixa.
Talvez por inveja e seguramente por manifesta falta de entendimento do funcionamento da grande família luso-socialista e patente ignorância de que no Estado Sucial português não há conflito de interesses. Há apenas interesses em conflito, como já expliquei várias vezes.
Esperamos que, como habitualmente, tudo se conserte e a Elisa do PS possa dar o seu contributo importantíssimo para o Estado Sucial português.
Talvez por inveja das portuguesas e dos portugueses que, como sabiamente decretou o PR, são as/os melhores de todo o mundo, uma eurodeputada francesa e o jornal belga Le Soir, apontaram o dedo à Elisa do PS por alegado conflito de interesse porque «vai gerir a pasta que integra os fundos regionais e o marido, Fernando Freire de Sousa, é presidente da CCDR-Norte, uma das entidades responsáveis pela aplicação de uma boa parte dos fundos comunitários no terreno». Marido que foi administrador de duas instituições do complexo político-empresarial socialista muito acarinhadas pelo governo socialista de Sócrates: a Fundação Berardo e a La Seda, que deixaram volumosos malparados na Caixa.
Talvez por inveja e seguramente por manifesta falta de entendimento do funcionamento da grande família luso-socialista e patente ignorância de que no Estado Sucial português não há conflito de interesses. Há apenas interesses em conflito, como já expliquei várias vezes.
Esperamos que, como habitualmente, tudo se conserte e a Elisa do PS possa dar o seu contributo importantíssimo para o Estado Sucial português.
20/09/2019
ACREDITE SE QUISER: Questões do género estúpido
«Liisa Galea, directora do programa de pós-graduação em neurociência da Universidade da Columbia Britânica, pesquisa como as hormonas sexuais influenciam a saúde cerebral e a doença em homens e mulheres. O seu pedido de financiamento para estudo de um tema de saúde das mulheres, foi rejeitada pelo financiador "citando a necessidade de incluir participantes do sexo masculino", escreveu Galea em um artigo publicado recentemente. Um colega dela teve um problema semelhante, acrescentou, e foi-lhe pedido para fazer um estudo masculino em relação à inflamação da placenta, que se desenvolve durante a gravidez e só é encontrada em mulheres.» (Ozy)
Além dos 71 (setenta e um) géneros já recenseados pelos esquizofrénicos do género devemos acrescentar um outro transversal: o género estúpido.
Além dos 71 (setenta e um) géneros já recenseados pelos esquizofrénicos do género devemos acrescentar um outro transversal: o género estúpido.
19/09/2019
ARTIGO DEFUNTO: Perder no estúdio e ganhar nas redacções
Fotos das primeiras páginas do JN e do Público do dia 17-09 |
Segundo quase todos os comentadores, o debate do dia 16 foi, com alguma surpresa, ganho por Rui Rio.
Para compensar, o jornalismo de causas socialistas, presente na maioria das redacções, escolheu cuidadosamente, entre muitas dezenas de fotos disponíveis, as duas acima em que Rui Rio foi traído pela linguagem corporal, sempre mais sincera do que a verbal, colocando-se posição de subserviência em relação a Costa, como muito bem notou Alexandre Homem Cristo.
É possível que Rio mereça isso, porque ele próprio se tem colocado desde sempre nessa posição face a Costa. Por isso, essas duas fotos dizem tanto sobre ele como sobre a desonestidade profissional dos jornalistas de causas.
Etiquetas:
artigo defunto,
central de manipulação,
jornalismo de causas
As causas do feminismo politicamente correcto dependem de quem são as vítimas
No Público podemos encontrar em dois dias seguidos exemplos do «neofeminismo radical». O primeiro, num artigo de Maria José Fernandes que descreve a tentativa de ostracizar Tarantino por suposta violação do cânone politicamente correcto, a pretexto do seu último filme Once upon a time in…Hollywood. Um Tarantino que geralmente trata bem as mulheres nos seus filmes e até as põe a dar pancada nos homens.
Se o primeiro exemplo é por acção, o segundo é por falta dela. É pelo silêncio, denunciado pelo Bispo do Porto, das feministas e das suas organizações, sempre prontas a acusar o menor desalinhamento com a sua vulgata da identidade do género e das outras tretas, perante a violação e assassinato de uma freira de 61 anos por um sujeito já com cadastro só agora com mandato de captura.
Se o primeiro exemplo é por acção, o segundo é por falta dela. É pelo silêncio, denunciado pelo Bispo do Porto, das feministas e das suas organizações, sempre prontas a acusar o menor desalinhamento com a sua vulgata da identidade do género e das outras tretas, perante a violação e assassinato de uma freira de 61 anos por um sujeito já com cadastro só agora com mandato de captura.
Etiquetas:
Desconformidades,
dois pesos
18/09/2019
PLUTO DIALOGUES: O’Leary having a low cost beer
Michael O’Leary, Chief Executive of Ryanair after arriving in a hotel in Manchester went to the bar and asked for a pint of Guinness.
The barman said, "That will be £1 please, Mr. O’Leary."
Taken aback, O'Leary replied, "That's very cheap," and handed over his money.
"We do try to stay ahead of the competition", said the barman. "We have the cheapest beer in England".
"That is remarkable value", Michael comments.
"I see you don't have a glass, you'll need one of ours. That will be £3 please."
O'Leary scowled, but paid up. He took his drink and walked towards a seat.
"Ah, you want to sit down?" said the barman. "That'll be an extra £2. If you'd pre-booked it would have cost £1."
O'Leary swore to himself, but paid up.
"I see you've brought your laptop" added the barman. "That wasn't pre-booked either, that's another £3."
O'Leary was so incensed and his face was red with rage.
"I've had enough! I insist on speaking to a manager!"
"Here is his e-mail address, or if you wish, you can contact him between 9.00 am and 9.01am every morning, Monday to Tuesday. Calls are free, unless answered, then there is a charge of only £1 per second".
"I will never use this bar again".
"OK but do remember, we are the only hotel in England selling pints for £1."
(AB sent it to me)
The barman said, "That will be £1 please, Mr. O’Leary."
Taken aback, O'Leary replied, "That's very cheap," and handed over his money.
"We do try to stay ahead of the competition", said the barman. "We have the cheapest beer in England".
"That is remarkable value", Michael comments.
"I see you don't have a glass, you'll need one of ours. That will be £3 please."
O'Leary scowled, but paid up. He took his drink and walked towards a seat.
"Ah, you want to sit down?" said the barman. "That'll be an extra £2. If you'd pre-booked it would have cost £1."
O'Leary swore to himself, but paid up.
"I see you've brought your laptop" added the barman. "That wasn't pre-booked either, that's another £3."
O'Leary was so incensed and his face was red with rage.
"I've had enough! I insist on speaking to a manager!"
"Here is his e-mail address, or if you wish, you can contact him between 9.00 am and 9.01am every morning, Monday to Tuesday. Calls are free, unless answered, then there is a charge of only £1 per second".
"I will never use this bar again".
"OK but do remember, we are the only hotel in England selling pints for £1."
(AB sent it to me)
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17/09/2019
Mitos (294) - Trump é o responsável pela guerra comercial com a China
Economist |
ACREDITE SE QUISER: Prémio Sakharov para um perseguido... pela justiça
O Prémio Sakharov foi criado em 1985 pelo Parlamento Europeu para homenagear pessoas ou organizações pela sua dedicação à defesa dos direitos humanos e à liberdade. No passado receberam o prémio Mandela, Dubcek, Mães da Plaza de Mayo, Xanana Gusmão, Malala Yousafzai, Oposição democrática na Venezuela, entre muitos outros, que têm comum o terem lutado contra diversas formas de tirania e foram perseguidos por isso.
O Grupo da Esquerda Unitária no Parlamento Europeu, que inclui os comunistas do PCP e os berloquistas do BE, que não por acaso apoiam o regime chávista da Venezuela, pretende apresentar uma proposta para o Prémio Sakharov ser atribuído ao ex-presidente brasileiro Lula que foi julgado e condenado por corrupção pela justiça brasileira, juntamente com muitas dezenas de outros políticos de diversos partidos e empresários ligados ao chamado Lava Jato, um gigantesco esquema de corrupção que beneficiou o PT.
O Grupo da Esquerda Unitária no Parlamento Europeu, que inclui os comunistas do PCP e os berloquistas do BE, que não por acaso apoiam o regime chávista da Venezuela, pretende apresentar uma proposta para o Prémio Sakharov ser atribuído ao ex-presidente brasileiro Lula que foi julgado e condenado por corrupção pela justiça brasileira, juntamente com muitas dezenas de outros políticos de diversos partidos e empresários ligados ao chamado Lava Jato, um gigantesco esquema de corrupção que beneficiou o PT.
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16/09/2019
Crónica da avaria que a geringonça está a infligir ao País (205)
Outras avarias da geringonça e do país.
«Os portugueses não gostam de maiorias absolutas». Nós gostamos
As duas sondagens divulgadas nos últimos dias (Expresso-ICS/ISCTE e SOL-Eurosondagem), apontam no mesmo sentido que é de uma maioria absoluta, respectivamente provável ou possível, com pequenas diferenças, salvo no que respeita ao próprio PS a que a primeira sondagem dá 42% e a segunda 38,3%.
Assim, na pior hipótese o PS estará perto da maioria absoluta e consegui-la-à escolhendo um entre pelo menos quatro partidos, incluindo o CDS que, retornado à época do táxi e com Cristas em risco de ser crucificada, estará disposto a quase tudo.
Temos estes princípios. Se não gostarem temos outros
Com a sua cintura de borracha, Costa andou a semana passada a anunciar em Trás-os-Montes a criação de programa um «Erasmus Interior», o mesmo programa que o PS tinha chumbado há 6 meses proposto pelo PSD.
Tão amigos que nós fomos
Resplandecente de rigor nas contas, o BE atira-se agora à falta dele no programa do PS e o tele-evangelista Louçã, retirado da primeira linha de combate, escreve no Expresso sob um surpreendente título de «Os saborosos milagres das contas do PS»: «As contas do PS demonstram que não haverá aumento relevante para a função pública, que algumas prestações sociais serão reduzidas, não se sabe como, que o programa de habitação não tem dinheiro suficiente e que o investimento público continuará medíocre»,
A frustração berloquista pelas "traições" de Costa é tão grande que, depois de quatro anos a engolirem sapos, ressuscitaram a campanha para reestruturação da dívida pública, agora sob o nome mais palatável de renegociação.
«Os portugueses não gostam de maiorias absolutas». Nós gostamos
As duas sondagens divulgadas nos últimos dias (Expresso-ICS/ISCTE e SOL-Eurosondagem), apontam no mesmo sentido que é de uma maioria absoluta, respectivamente provável ou possível, com pequenas diferenças, salvo no que respeita ao próprio PS a que a primeira sondagem dá 42% e a segunda 38,3%.
Assim, na pior hipótese o PS estará perto da maioria absoluta e consegui-la-à escolhendo um entre pelo menos quatro partidos, incluindo o CDS que, retornado à época do táxi e com Cristas em risco de ser crucificada, estará disposto a quase tudo.
Temos estes princípios. Se não gostarem temos outros
Com a sua cintura de borracha, Costa andou a semana passada a anunciar em Trás-os-Montes a criação de programa um «Erasmus Interior», o mesmo programa que o PS tinha chumbado há 6 meses proposto pelo PSD.
Tão amigos que nós fomos
Resplandecente de rigor nas contas, o BE atira-se agora à falta dele no programa do PS e o tele-evangelista Louçã, retirado da primeira linha de combate, escreve no Expresso sob um surpreendente título de «Os saborosos milagres das contas do PS»: «As contas do PS demonstram que não haverá aumento relevante para a função pública, que algumas prestações sociais serão reduzidas, não se sabe como, que o programa de habitação não tem dinheiro suficiente e que o investimento público continuará medíocre»,
A frustração berloquista pelas "traições" de Costa é tão grande que, depois de quatro anos a engolirem sapos, ressuscitaram a campanha para reestruturação da dívida pública, agora sob o nome mais palatável de renegociação.
ARTIGO DEFUNTO: Desta vez foi demasiado, até para os padrões do semanário de reverência
O enviesamento do Expresso à esquerda em geral, com um foco especial no PS, é bastante visível em qualquer altura e, durante as campanhas eleitorais, sobretudo na campanha em curso, atinge proporções escandalosas a merecer ao semanário de reverência o epíteto de Acção Socialista que aqui em casa lhe costumamos atribuir.
Na edição deste fim de semana, a primeira página é um apelo aos eleitores hesitantes do PS («PS à beira da maioria teme desmobilização» e a página 8 do Caderno Principal é um must com uma peça titulada: «Costa esmaga Rio em toda a linha». Algumas páginas adiante, encontramos um par delas dedicadas ao Bloco (*) ilustradas com quatro fotos de Catarina Martins, cuidadosamente photoshopadas, uma delas a ocupar mais de meia página e a "notícia" de que fazem parte tem uma chamada de 1.ª página com mais uma foto da líder berloquista. Mais à frente, outra promoção do PS a pretexto do tema Educação com o título «PS promete tablets gratuitos» (um título a lembrar os tempos de Sócrates) .
Também no Caderno de Economia o tom geral é apologético-promocional com mais uma página inteira dedicada a um secretário de Estado cuja principal missão é promover a criação de mais alguns níveis na burocracia do Estado Sucial para alojar uns milhares de fregueses - uma operação a que estão a chamar descentralização e parece ser a obra principal que Costa quer deixar aos portugueses, uma sarna para se coçarem nas próximas décadas.
(*) Se o lóbi Acção Socialista é mais institucional e resulta da ligação ao PS como partido do regime, o lóbi BE resulta do peso da presença que o berloquismo tem nas redacções. A estes dois lóbis devemos acrescentar o lóbi marcelista, com os olhos e ouvidos de Ângela Silva em Belém.
Na edição deste fim de semana, a primeira página é um apelo aos eleitores hesitantes do PS («PS à beira da maioria teme desmobilização» e a página 8 do Caderno Principal é um must com uma peça titulada: «Costa esmaga Rio em toda a linha». Algumas páginas adiante, encontramos um par delas dedicadas ao Bloco (*) ilustradas com quatro fotos de Catarina Martins, cuidadosamente photoshopadas, uma delas a ocupar mais de meia página e a "notícia" de que fazem parte tem uma chamada de 1.ª página com mais uma foto da líder berloquista. Mais à frente, outra promoção do PS a pretexto do tema Educação com o título «PS promete tablets gratuitos» (um título a lembrar os tempos de Sócrates) .
Também no Caderno de Economia o tom geral é apologético-promocional com mais uma página inteira dedicada a um secretário de Estado cuja principal missão é promover a criação de mais alguns níveis na burocracia do Estado Sucial para alojar uns milhares de fregueses - uma operação a que estão a chamar descentralização e parece ser a obra principal que Costa quer deixar aos portugueses, uma sarna para se coçarem nas próximas décadas.
(*) Se o lóbi Acção Socialista é mais institucional e resulta da ligação ao PS como partido do regime, o lóbi BE resulta do peso da presença que o berloquismo tem nas redacções. A estes dois lóbis devemos acrescentar o lóbi marcelista, com os olhos e ouvidos de Ângela Silva em Belém.
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15/09/2019
Encalhados numa ruga do contínuo espaço-tempo (89) - Um regime que se sente ameaçado pelos mortos é um regime zombie
«Convenhamos que estas fantasmagorias em torno de Salazar já cansam. Com a democracia quase a cumprir o número mágico dos 48 anos contabilizados pelo Estado Novo, esperava-se que o regime democrático se tivesse libertado de Salazar, que este fosse um capítulo fechado da História e não um antagonista sempre presente, apesar de morto há largas décadas, e de o seu projecto político ser circunscrito a um tempo. (...)
Esperava-se ainda mais que o regime democrático tivesse um discurso sobre si mesmo, os seus sucessos e falhanços, sem precisar da muleta do anti-salazarismo. (Note-se que nesse aspecto o Estado Novo foi muito mais rápido a deixar de invocar os desmandos da I República como fonte para a sua legitimação, centrando-se na sua própria obra.) Mas curiosamente não só isso não aconteceu como, das marchas populares às noivas de Santo António, quanto mais o país é dominado pela esquerda mais se regressa ao imaginário criado durante o Estado Novo. Nos debates e nas polémicas invoca-se o salazarento, o fascismo e o país “cinzento e triste”. Depois troca-se de roupa e vai-se para o parque da Bela Vista cantar essa espécie de hino do Portugal salazarista, o “Que saudades eu já tinha/Da minha alegre casinha/ Tão modesta como eu”, devidamente coreografados pelo presidente da República, primeiro ministro, presidente da Assembleia da República, a líder de extrema-esquerda Catarina Martins e o presidente da CML.
Com o regime democrático quase fazer 48 anos, os líderes da democracia portuguesa têm de ter projectos para o futuro e deixar de se esconder no passado.»
«O lugar do morto», Helena Matos no Observador
Esperava-se ainda mais que o regime democrático tivesse um discurso sobre si mesmo, os seus sucessos e falhanços, sem precisar da muleta do anti-salazarismo. (Note-se que nesse aspecto o Estado Novo foi muito mais rápido a deixar de invocar os desmandos da I República como fonte para a sua legitimação, centrando-se na sua própria obra.) Mas curiosamente não só isso não aconteceu como, das marchas populares às noivas de Santo António, quanto mais o país é dominado pela esquerda mais se regressa ao imaginário criado durante o Estado Novo. Nos debates e nas polémicas invoca-se o salazarento, o fascismo e o país “cinzento e triste”. Depois troca-se de roupa e vai-se para o parque da Bela Vista cantar essa espécie de hino do Portugal salazarista, o “Que saudades eu já tinha/Da minha alegre casinha/ Tão modesta como eu”, devidamente coreografados pelo presidente da República, primeiro ministro, presidente da Assembleia da República, a líder de extrema-esquerda Catarina Martins e o presidente da CML.
Com o regime democrático quase fazer 48 anos, os líderes da democracia portuguesa têm de ter projectos para o futuro e deixar de se esconder no passado.»
«O lugar do morto», Helena Matos no Observador
Dúvidas (282) - Não será um poucochinho exagerado? (4) Não, não é, e aqui vai a demonstração
Este post deve ser lido como uma autocrítica aos posts anteriores (1), (2) e (3) em que denegri o talento da investigação portuguesa, só porque a produção de patentes é poucochinha, como disse o nosso primeiro-ministro Costa a respeito da vitória do seu antecessor Seguro nas eleições europeias, antes da sua derrota nas eleições legislativas no ano seguinte.
Fui chamado à razão por este comentário de um leitor que iluminou a minha ignorância e citou o trabalho da investigação portuguesa que mereceu o Prémio Ig Nobel de Química em 2018, a saber:
CHEMISTRY PRIZE [PORTUGAL] — Paula Romão, Adília Alarcão and the late César Viana, for measuring the degree to which human saliva is a good cleaning agent for dirty surfaces.
REFERENCE: “Human Saliva as a Cleaning Agent for Dirty Surfaces,” by Paula M. S. Romão, Adília M. Alarcão and César A.N. Viana, Studies in Conservation, vol. 35, 1990, pp. 153-155.
WHO ATTENDED THE CEREMONY: The winners delivered their acceptance speech via recorded video.
Para limpar a minha folha, fiz uma pesquisa no site da Improbable Research, uma espécie de academia sueca alternativa, e encontrei mais os seguintes dois trabalhos de investigação que exemplificam como os cientistas portugueses são os melhores dos melhores e Portugal nesta área não fica atrás de ninguém:
Chemical Effect of Beer Marinades on Charcoal-Grilled Pork
Thursday, March 27th, 2014
Some chemists, or perhaps many chemists, or perhaps no chemists, may feel obligated to revise their views on certain effects of certain marinades on certain substances, if they read this study: “Effect of Beer Marinades on Formation of Polycyclic Aromatic Hydrocarbons in Charcoal-Grilled Pork,” (...) authors, at the Universidade do Porto, Portugal and the University of Vigo, Spain,
“An animal may have holes”
“An animal may have holes.” So says the report: “Animal enumerations on regular tilings in Spherical, Euclidean, and Hyperbolic 2-dimensional spaces,” Tomás Oliveira e Silva, July 25, 2013. The author, at the Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática, Universidade de Aveiro, Portugal.
Qed
Fui chamado à razão por este comentário de um leitor que iluminou a minha ignorância e citou o trabalho da investigação portuguesa que mereceu o Prémio Ig Nobel de Química em 2018, a saber:
CHEMISTRY PRIZE [PORTUGAL] — Paula Romão, Adília Alarcão and the late César Viana, for measuring the degree to which human saliva is a good cleaning agent for dirty surfaces.
REFERENCE: “Human Saliva as a Cleaning Agent for Dirty Surfaces,” by Paula M. S. Romão, Adília M. Alarcão and César A.N. Viana, Studies in Conservation, vol. 35, 1990, pp. 153-155.
WHO ATTENDED THE CEREMONY: The winners delivered their acceptance speech via recorded video.
Para limpar a minha folha, fiz uma pesquisa no site da Improbable Research, uma espécie de academia sueca alternativa, e encontrei mais os seguintes dois trabalhos de investigação que exemplificam como os cientistas portugueses são os melhores dos melhores e Portugal nesta área não fica atrás de ninguém:
Chemical Effect of Beer Marinades on Charcoal-Grilled Pork
Thursday, March 27th, 2014
Some chemists, or perhaps many chemists, or perhaps no chemists, may feel obligated to revise their views on certain effects of certain marinades on certain substances, if they read this study: “Effect of Beer Marinades on Formation of Polycyclic Aromatic Hydrocarbons in Charcoal-Grilled Pork,” (...) authors, at the Universidade do Porto, Portugal and the University of Vigo, Spain,
“An animal may have holes”
“An animal may have holes.” So says the report: “Animal enumerations on regular tilings in Spherical, Euclidean, and Hyperbolic 2-dimensional spaces,” Tomás Oliveira e Silva, July 25, 2013. The author, at the Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática, Universidade de Aveiro, Portugal.
Qed
14/09/2019
O paradigma das campanhas eleitorais mudou
No Estado Novo as eleições eram uma mera formalidade, a Situação não precisava de apresentar obra feita para ganhar as eleições, ganhas à partida na secretaria, e os situacionistas tinham tença garantida.
No Estado Sucial pós-PREC as eleições são disputadas e os principais partidos candidatos a gerir o Estado Sucial batem-se não por visões ou políticas alternativas mas por ocuparem os lugares disponíveis e garantirem uma tença aos seus novos situacionistas.
Até à bancarrota do Estado Sucial, promovida pelos sociais-situacionistas do PS, a obra feita pelo governo incumbente e inaugurada com grande foguetório, era vista como um argumento eleitoral de peso. Foi assim com os governos de Cavaco Silva, com os de Guterres, antes da sua fuga do pântano, e com os de Sócrates, antes da sua fuga para frequentar Sciences Po e viver na sua maison à Passy, 16ème Paris.
Passos Coelho, talvez por falta de convicção e seguramente por falta de dinheiro, inaugurou um novo paradigma onde no lugar da obra feita se fazem promessas de amanhãs que cantam. Neste novo paradigma, na campanha para as eleições de 2015, Costa bateu irremediavelmente Passos Coelho, o que não evitando que perdesse as eleições evitou que Passos Coelho as ganhasse.
Na campanha em curso mantém-se o paradigma das promessas universais de amanhãs que cantam e, fruto de um marketing mix mais refinado, adicionou-se uma particularidade. Costa e os parceiros da geringonça apostam quase todas as fichas no eleitorado a que o falecido Medina Carreira chamou o Partido do Estado, funcionários públicos e pensionistas e respectivas famílias, o que por junto dá para vencer as eleições, e, depois de quatro anos a trazer ao colo esta freguesia, fazem-lhes agora promessas específicas para o seu segmento de mercado garantindo-lhes a continuação de um futuro radioso.
Assim, em síntese, em vez da obra feita, agora remetida para o nível autárquico, privilegia-se a freguesia eleitoral durante a governação, fazem-se promessas universais para o eleitorado em geral e promessas especiais para freguesia eleitoral.
No Estado Sucial pós-PREC as eleições são disputadas e os principais partidos candidatos a gerir o Estado Sucial batem-se não por visões ou políticas alternativas mas por ocuparem os lugares disponíveis e garantirem uma tença aos seus novos situacionistas.
Até à bancarrota do Estado Sucial, promovida pelos sociais-situacionistas do PS, a obra feita pelo governo incumbente e inaugurada com grande foguetório, era vista como um argumento eleitoral de peso. Foi assim com os governos de Cavaco Silva, com os de Guterres, antes da sua fuga do pântano, e com os de Sócrates, antes da sua fuga para frequentar Sciences Po e viver na sua maison à Passy, 16ème Paris.
Passos Coelho, talvez por falta de convicção e seguramente por falta de dinheiro, inaugurou um novo paradigma onde no lugar da obra feita se fazem promessas de amanhãs que cantam. Neste novo paradigma, na campanha para as eleições de 2015, Costa bateu irremediavelmente Passos Coelho, o que não evitando que perdesse as eleições evitou que Passos Coelho as ganhasse.
Na campanha em curso mantém-se o paradigma das promessas universais de amanhãs que cantam e, fruto de um marketing mix mais refinado, adicionou-se uma particularidade. Costa e os parceiros da geringonça apostam quase todas as fichas no eleitorado a que o falecido Medina Carreira chamou o Partido do Estado, funcionários públicos e pensionistas e respectivas famílias, o que por junto dá para vencer as eleições, e, depois de quatro anos a trazer ao colo esta freguesia, fazem-lhes agora promessas específicas para o seu segmento de mercado garantindo-lhes a continuação de um futuro radioso.
Assim, em síntese, em vez da obra feita, agora remetida para o nível autárquico, privilegia-se a freguesia eleitoral durante a governação, fazem-se promessas universais para o eleitorado em geral e promessas especiais para freguesia eleitoral.
ACREDITE SE QUISER: Depois do in itinere, o in coitum
«Um tribunal francês considerou um “acidente de trabalho” a morte de um funcionário que teve um enfarte durante um ato sexual - que aconteceu durante um encontro aquando de uma viagem de negócios à cidade Meung-sur-Loire, em França» (Observador)
Por cá ainda estamos no in itinere (risco de trajecto). «A Lei n.º 98/2009, de 4 de Setembro, ... veio alargar o conceito de acidente de trabalho, ao estipular (...) que se considera acidente de trabalho o ocorrido entre a residência habitual ou ocasional e as instalações que constituem o local de trabalho do sinistrado.» (Acórdão de 18-02-2016 do STJ)
Por cá ainda estamos no in itinere (risco de trajecto). «A Lei n.º 98/2009, de 4 de Setembro, ... veio alargar o conceito de acidente de trabalho, ao estipular (...) que se considera acidente de trabalho o ocorrido entre a residência habitual ou ocasional e as instalações que constituem o local de trabalho do sinistrado.» (Acórdão de 18-02-2016 do STJ)
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13/09/2019
What it takes to the whatever it takes? More of the same
Pensei escrever sobre o anúncio pelo BCE do novo pacote de medidas para fazer face às ameaças de deflação e de recessão. Pensei melhor e, se sendo este anúncio mais do mesmo, para quê escrever um novo post e já tinha sido escrito há dois meses? Bastaria republicá-lo alterando link do vídeo da conferência. Aqui vai.
Com o «whatever it takes» de Mario Draghi há seis anos e as medidas que se seguiram como as TLTRO (operações de financiamento de médio longo prazo), as reduções sucessivas da taxa directora e o programa de aquisição de ABS (asset backed securities) emitidos por empresas privadas não financeiras e um programa de compra de covered bonds emitidas por entidades financeiras, o BCE salvou o Euro da desintegração
Foi uma medida equivalente à de um médico administrar uma dose de morfina a um paciente com fracturas múltiplas que caiu de um quinto andar. Passados seis anos, a continuação dessas medidas equivale ao paciente continuar a receber a sua injecção diária sem a qual já não consegue viver.
Não será por acaso que, com excepção da Irlanda e de Malta, por razões muito particulares, os países que mais cresceram nos últimos 10 anos estão todos fora da Zona Euro. No caso de Portugal, com uma taxa de poupança que é um terço da média da Zona Euro, taxas de juro próximas de zero são um incentivo irresistível a manter um dos mais elevados endividamentos públicos e privados da União Europeia e do mundo.
Não admira por isso que uma das boas novas regularmente anunciadas seja a dos leilões de dívida pública a taxas baixas, o que funciona como uma espécie de garantia de que tudo continuará na mesma. As consequências a longo prazo são bem conhecidas. Basta olhar para os últimos trinta anos com um crescimento anémico que nos deixa mais pobres em termos relativos e um endividamento cada vez mais pesado.
[Para aprofundar o tema: leiam-se os posts «Too big to fail» - another financial volcanic eruption in the making (1) e (2) e «Da próxima vez também não vai ser diferente» e a série «QUEM SÓ TEM UM MARTELO VÊ TODOS OS PROBLEMAS COMO PREGOS: O alívio quantitativo aliviará?»]
Adenda: escrito a propósito da anunciada conferência de imprensa do BCE onde o pior que podia acontecer seria Draghi anunciar mais do mesmo. Agora que terminou, sabemos que aconteceu isso mesmo, mais do mesmo: uma provável descida dos juros e um novo programa de compra de activos. Veja-se o vídeo da conferência.
Com o «whatever it takes» de Mario Draghi há seis anos e as medidas que se seguiram como as TLTRO (operações de financiamento de médio longo prazo), as reduções sucessivas da taxa directora e o programa de aquisição de ABS (asset backed securities) emitidos por empresas privadas não financeiras e um programa de compra de covered bonds emitidas por entidades financeiras, o BCE salvou o Euro da desintegração
Foi uma medida equivalente à de um médico administrar uma dose de morfina a um paciente com fracturas múltiplas que caiu de um quinto andar. Passados seis anos, a continuação dessas medidas equivale ao paciente continuar a receber a sua injecção diária sem a qual já não consegue viver.
Não será por acaso que, com excepção da Irlanda e de Malta, por razões muito particulares, os países que mais cresceram nos últimos 10 anos estão todos fora da Zona Euro. No caso de Portugal, com uma taxa de poupança que é um terço da média da Zona Euro, taxas de juro próximas de zero são um incentivo irresistível a manter um dos mais elevados endividamentos públicos e privados da União Europeia e do mundo.
Não admira por isso que uma das boas novas regularmente anunciadas seja a dos leilões de dívida pública a taxas baixas, o que funciona como uma espécie de garantia de que tudo continuará na mesma. As consequências a longo prazo são bem conhecidas. Basta olhar para os últimos trinta anos com um crescimento anémico que nos deixa mais pobres em termos relativos e um endividamento cada vez mais pesado.
[Para aprofundar o tema: leiam-se os posts «Too big to fail» - another financial volcanic eruption in the making (1) e (2) e «Da próxima vez também não vai ser diferente» e a série «QUEM SÓ TEM UM MARTELO VÊ TODOS OS PROBLEMAS COMO PREGOS: O alívio quantitativo aliviará?»]
Adenda: escrito a propósito da anunciada conferência de imprensa do BCE onde o pior que podia acontecer seria Draghi anunciar mais do mesmo. Agora que terminou, sabemos que aconteceu isso mesmo, mais do mesmo: uma provável descida dos juros e um novo programa de compra de activos. Veja-se o vídeo da conferência.
¿Por qué no te callas? (26) - Ele falou ontem sobre “Uma Década de Convergência com a União Europeia”
«O primeiro-ministro António Costa vai esta quinta-feita, 12 de setembro, ao International Club of Portugal (ICPT), numa intervenção sob o tema “Uma Década de Convergência com a União Europeia”.» (Jornal Económico)
PIB per capita (PPS) português em percentagem da média UE28 na última década de 2009 a 2018 (Pordata):
Como acertadamente perguntou um leitor «vai ser um encontro de ficção política?» Só pode ter sido.
Aditamento:
Ou, dito de outra maneira, para as duas últimas décadas, pelo economista Ricardo Reis
PIB per capita (PPS) português em percentagem da média UE28 na última década de 2009 a 2018 (Pordata):
82, 82, 77, 75, 76, 76, 77, 77, 76, 76
Como acertadamente perguntou um leitor «vai ser um encontro de ficção política?» Só pode ter sido.
Aditamento:
Ou, dito de outra maneira, para as duas últimas décadas, pelo economista Ricardo Reis
«With the the tied-for-3rd worst economic performance in the last 20 years (and 7th worst ever) you want to call Portugal an "economic miracle"?»
12/09/2019
Para vossa fruição aqui vai a melhor peça que já li no diário do semanário de reverência que parece o Acção Socialista
«Uma ida ao motel» assim se chama o conto de Bruno Vieira Amaral, conto que, como adverte o autor, «contém palavras que podem ferir a sensibilidade de alguns leitores» e do qual, por essa mesma razão, não posso citar as partes mais excitantes num blogue de gente séria e sisuda como este.
Se é assim, porquê fazer referência a uma peça quasi-pornográfica ainda para mais já publicada com outro nome («Motel pimba») pelo autor no Flanzine #8 e reproduzida no seu blogue há um par de anos?
Por que está bem escrita, ao contrário da maioria de outras peças na área da pornografia que o Expresso publica, por exemplo como muitas das assinadas por Ângela Silva, uma espécie de porta-voz do PR que escreve como se fosse o travesseiro da criatura, ou em geral, nesta fase da campanha eleitoral, artigos que seriam publicáveis no Acção Socialista, se por acaso o PS não dispusesse do semanário de reverência.
Se é assim, porquê fazer referência a uma peça quasi-pornográfica ainda para mais já publicada com outro nome («Motel pimba») pelo autor no Flanzine #8 e reproduzida no seu blogue há um par de anos?
Por que está bem escrita, ao contrário da maioria de outras peças na área da pornografia que o Expresso publica, por exemplo como muitas das assinadas por Ângela Silva, uma espécie de porta-voz do PR que escreve como se fosse o travesseiro da criatura, ou em geral, nesta fase da campanha eleitoral, artigos que seriam publicáveis no Acção Socialista, se por acaso o PS não dispusesse do semanário de reverência.
O império do Czar Putin começa a apresentar brechas
Vladimir, Czar de Todas as Rússias |
São visíveis tímidos sinais de que algumas mudanças podem estar em curso comprometendo a longevidade de Putin no poder. Apesar da batota habitual que incluiu a proibição da participação de partidos da oposição nas eleições municipais de Moscovo, da repressão e das prisões, Rússia Unida, o partido pró-Putin, que tinha 40 dos 45 lugares perdeu 20 lugares para a oposição, incluindo 4 para o Yabloko, o único partido que se pode considerar oposição genuína. Por agora as mudanças, só se deram em Moscovo porque no resto da Rússia tudo ficou quase na mesma. Porém a história russa mostra que as grandes mudanças começaram em Moscovo, ou em São Petersburgo, que também já se chamou Leninegrado. (Fonte)
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apparatchik,
dissonância cognitiva,
é muito para um homem só,
incorrigível
11/09/2019
DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: Portugueses no topo do mundo (22) - Costa inspira o Chancellor of the Exchequer
Outros portugueses no topo do mundo.
Aos 15s, Sajid Javid, Chancellor of the Exchequer, o Ronaldo das Finanças de BoJo, declara solenemente virada a página da austeridade, inspirado em Costa e elevando-o a estradista de referência na Europa, no Império Britânico and beyond.
Aos 15s, Sajid Javid, Chancellor of the Exchequer, o Ronaldo das Finanças de BoJo, declara solenemente virada a página da austeridade, inspirado em Costa e elevando-o a estradista de referência na Europa, no Império Britânico and beyond.
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Brexit,
é muito para um homem só,
Ridendo castigat mores
ACREDITE SE QUISER: Não apanhei um susto. Fiquei esmagado pelo estalinismo animalista
O artigo de José Manuel Fernandes «Fui ler o programa do PAN e apanhei um susto» deixou-me com curiosidade de saber se também apanharia um susto.
Não cheguei a apanhar um susto porque, esmagado pelas avassaladoras 1.106 medidas espalhadas pelas imensas 411 páginas, desisti logo na página 22 medida «3 Determinar como regra que todas as refeições nos eventos promovidos pela administração directa e indirecta do Estado são vegetarianas,...»
E daí saltei para a leitura sempre edificante da obra do jornalista de causas / militante / comentador / analista, ex-comunista, ex-Plataforma de Esquerda, ex-Política XXI, ex-bloquista, ex-Livre, ex-Tempo de Avançar, ufa!, Daniel Oliveira, na circunstância um artigo com o curioso título «O #metoo chegou aos animais», onde descobri as Veganas que lutam contra a violação das galinhas pelos galos que acima reproduzo para vossa ilustração.
Não cheguei a apanhar um susto porque, esmagado pelas avassaladoras 1.106 medidas espalhadas pelas imensas 411 páginas, desisti logo na página 22 medida «3 Determinar como regra que todas as refeições nos eventos promovidos pela administração directa e indirecta do Estado são vegetarianas,...»
E daí saltei para a leitura sempre edificante da obra do jornalista de causas / militante / comentador / analista, ex-comunista, ex-Plataforma de Esquerda, ex-Política XXI, ex-bloquista, ex-Livre, ex-Tempo de Avançar, ufa!, Daniel Oliveira, na circunstância um artigo com o curioso título «O #metoo chegou aos animais», onde descobri as Veganas que lutam contra a violação das galinhas pelos galos que acima reproduzo para vossa ilustração.
10/09/2019
Dúvidas (281) – Irá o Brexit consumar-se? (XVI) Ninguém sabe. Entretanto, temos excelentes cartunes, capas... e frases do speaker
Quote of
the day
|
‘To
deploy a perhaps dangerous phrase, I have also sought to be the backbenchers'
backstop.’
|
John
Bercow during his resignation speech as Speaker of the House of
Commons
|
(Spectator)
CASE STUDY: Trumpologia (49) - A NOAA podia ter aplicado o princípio de Kahn
Mais trumpologia.
«Commerce Secretary Wilbur Ross threatened to fire top employees at the National Oceanic and Atmospheric Administration after the agency contradicted President Trump’s claim that Hurricane Dorian might hit Alabama, according to three people familiar with the discussion.
That threat led to NOAA’s release later of an unusual statement disavowing the agency’s own position that Alabama was not at risk.» (NYT)
O Donaldo a forjar mapas e a obrigar uma agência independente a distorcer o seu trabalho científico é uma espécie de um Josef Stalin eleito a mandar apagar as fotos dos que tinha mandado liquidar. Já vimos isto muitas vezes na história e em nenhuma acabou bem.
O inimigo do nosso inimigo não é necessariamente nosso amigo. Pode ser mais outro inimigo.
O inimigo do nosso inimigo não é necessariamente nosso amigo. Pode ser mais outro inimigo.
Alfred Kahn, um dos assessores económicos do presidente Carter, foi por este repreendido por ter-se referido publicamente em 1978 a uma possível depressão da economia americana. Na sua intervenção seguinte, Alfred Kahn disse que «we're in danger of having the worst banana in 45 years».
09/09/2019
Crónica da avaria que a geringonça está a infligir ao País (204)
Outras avarias da geringonça e do país.
«Os portugueses não gostam de maiorias absolutas». Nós gostamos
As sondagens da Eurosondagem costumam ser sondagens amigas. Ainda assim, as últimas, apontando para um novo aumento das intenções de voto no PS e colocando-o com 38,1%, à distância de quase 15 pontos percentuais do PSD-Rio, não mostram resultados substancialmente diferentes de outras sondagens.
De passagem, notemos que o PSD de Rio e o CDS de Cristas perderam na oposição e em conjunto mais de 7 pontos percentuais em relação à coligação nas eleições de 2015, apesar de se esforçarem imenso por ficar parecidos com o PS (ou talvez por isso mesmo).
A verificar-se a previsão do impacto das mudanças da distribuição de eleitores pelos distritos, a maioria absoluta poderá alcançada com uma percentagem menor do que no passado. Se assim for, teremos com maior probabilidade uma governação socialista por quatro anos ou até à próxima crise, o que primeiro ocorrer. Até lá, a oposição não socialista atravessará o deserto e deve aproveitar para se depurar da ganga socializante e preparar uma alternativa viável para governar libertando o país gradualmente da tutela estatizante que lhe foi impondo a esquerdalhada - supondo que o país quer ser libertado, o que é uma dúvida perfeitamente razoável.
Temos estes princípios. Se não gostarem temos outros
O debate entre os parceiros Costa e Catarina Martins na RTP foi mais uma demonstração da deriva programática de ambos. Pelo lado de Costa, a troca do combate à "austeridade neoliberal" pelas "contas certas" já tinha barbas e foi só confirmação. Pelo lado da líder do BE, foi uma relativa novidade o seu apego à rectitude fiscal em linha com a recente conversão à social-democracia revelada na entrevista do Observador. Contudo, essa deriva programática não é uma grande vitória de Passos Coelho, porque é puro oportunismo, como o passado recente mostra, e não parece nada que no futuro «as esquerdas terão uma enorme dificuldade para contestar as políticas orçamentais mais ortodoxas dos governos de direita», porque tudo indica que o farão com enorme facilidade, como agora.
«Os portugueses não gostam de maiorias absolutas». Nós gostamos
As sondagens da Eurosondagem costumam ser sondagens amigas. Ainda assim, as últimas, apontando para um novo aumento das intenções de voto no PS e colocando-o com 38,1%, à distância de quase 15 pontos percentuais do PSD-Rio, não mostram resultados substancialmente diferentes de outras sondagens.
De passagem, notemos que o PSD de Rio e o CDS de Cristas perderam na oposição e em conjunto mais de 7 pontos percentuais em relação à coligação nas eleições de 2015, apesar de se esforçarem imenso por ficar parecidos com o PS (ou talvez por isso mesmo).
A verificar-se a previsão do impacto das mudanças da distribuição de eleitores pelos distritos, a maioria absoluta poderá alcançada com uma percentagem menor do que no passado. Se assim for, teremos com maior probabilidade uma governação socialista por quatro anos ou até à próxima crise, o que primeiro ocorrer. Até lá, a oposição não socialista atravessará o deserto e deve aproveitar para se depurar da ganga socializante e preparar uma alternativa viável para governar libertando o país gradualmente da tutela estatizante que lhe foi impondo a esquerdalhada - supondo que o país quer ser libertado, o que é uma dúvida perfeitamente razoável.
Temos estes princípios. Se não gostarem temos outros
O debate entre os parceiros Costa e Catarina Martins na RTP foi mais uma demonstração da deriva programática de ambos. Pelo lado de Costa, a troca do combate à "austeridade neoliberal" pelas "contas certas" já tinha barbas e foi só confirmação. Pelo lado da líder do BE, foi uma relativa novidade o seu apego à rectitude fiscal em linha com a recente conversão à social-democracia revelada na entrevista do Observador. Contudo, essa deriva programática não é uma grande vitória de Passos Coelho, porque é puro oportunismo, como o passado recente mostra, e não parece nada que no futuro «as esquerdas terão uma enorme dificuldade para contestar as políticas orçamentais mais ortodoxas dos governos de direita», porque tudo indica que o farão com enorme facilidade, como agora.
08/09/2019
LASCIATE OGNI SPERANZA, VOI CH'ENTRATE: Vamos todos fingir que o problema não existe? Sim, vamos (3)
Continuação de (1) e (2)
A última vez que tratei do tema pensões foi a propósito de um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos que mostrou estar ameaçada a sustentabilidade do sistema de benefício definido da segurança social portuguesa. Nessa altura, segundo os números disponíveis, o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) atingia 18 mil milhões de euros, suficientes para pagar as pensões durante um período que estimei em pouco mais de 12 meses.
Algum tempo depois, relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) referia que o saldo do FEFSS no final do ano passado era de 17.378,5 milhões de euros, um número em linha com o valor que eu tinha referido no post anterior, «sendo este montante suficiente para satisfazer compromissos de 15,65 meses em despesa com pensões do sistema previdencial de repartição". Valerá a pena lembrar que, em função do aumento das pensões, este montante cobrirá por cada vez menos tempo os compromissos com pensões?
Não foi preciso esperar mais do que uma semana para o agitprop socialista, preocupado com o impacto pré-eleitoral do «só dá para 15 meses de pensões», corrigir através do ministério do Trabalho a informação da UTAO, sendo que agora a «“Almofada” da Segurança Social ultrapassa pela primeira vez os 20 mil milhões de euros» - a diferença de 2,7 mil milhões resulta das transferências já em 2019. E pronto, vamos todos continuar a fingir que não há-de ser nada, e ninguém se lembrou de dizer, que se é certo que a almofada ultrapassou os 20 mM, o número de pensionistas em 2002 ultrapassou pela primeira vez 3 milhões e o ano passado já atingia quase 3,6 milhões.
Ora, como é fácil de antecipar, com uma população crescentemente envelhecida com a esperança de vida a aumentar, cada vez teremos mais reformados com pensões a serem financiadas por cada vez menos activos. Depois de meia dúzia de anos de vacas entremeadas a que com toda a probabilidade se seguirão vacas magras, não se pode esperar que a almoçada aumente e pode ter-se a certeza de que cada ano teremos mais pensionistas.
E pronto, a coisa resume-se a manobras de informação e contra-informação do aparelho socialista, com umas e outras a passarem por cima da oposição e ao lado dos quase 4 milhões de portugueses que se reformarão nos próximos 20 anos e acham que não têm de se maçar com estas miudezas desagradáveis enquanto houver concertos ao vivo.
A última vez que tratei do tema pensões foi a propósito de um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos que mostrou estar ameaçada a sustentabilidade do sistema de benefício definido da segurança social portuguesa. Nessa altura, segundo os números disponíveis, o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) atingia 18 mil milhões de euros, suficientes para pagar as pensões durante um período que estimei em pouco mais de 12 meses.
Algum tempo depois, relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) referia que o saldo do FEFSS no final do ano passado era de 17.378,5 milhões de euros, um número em linha com o valor que eu tinha referido no post anterior, «sendo este montante suficiente para satisfazer compromissos de 15,65 meses em despesa com pensões do sistema previdencial de repartição". Valerá a pena lembrar que, em função do aumento das pensões, este montante cobrirá por cada vez menos tempo os compromissos com pensões?
Não foi preciso esperar mais do que uma semana para o agitprop socialista, preocupado com o impacto pré-eleitoral do «só dá para 15 meses de pensões», corrigir através do ministério do Trabalho a informação da UTAO, sendo que agora a «“Almofada” da Segurança Social ultrapassa pela primeira vez os 20 mil milhões de euros» - a diferença de 2,7 mil milhões resulta das transferências já em 2019. E pronto, vamos todos continuar a fingir que não há-de ser nada, e ninguém se lembrou de dizer, que se é certo que a almofada ultrapassou os 20 mM, o número de pensionistas em 2002 ultrapassou pela primeira vez 3 milhões e o ano passado já atingia quase 3,6 milhões.
Ora, como é fácil de antecipar, com uma população crescentemente envelhecida com a esperança de vida a aumentar, cada vez teremos mais reformados com pensões a serem financiadas por cada vez menos activos. Depois de meia dúzia de anos de vacas entremeadas a que com toda a probabilidade se seguirão vacas magras, não se pode esperar que a almoçada aumente e pode ter-se a certeza de que cada ano teremos mais pensionistas.
E pronto, a coisa resume-se a manobras de informação e contra-informação do aparelho socialista, com umas e outras a passarem por cima da oposição e ao lado dos quase 4 milhões de portugueses que se reformarão nos próximos 20 anos e acham que não têm de se maçar com estas miudezas desagradáveis enquanto houver concertos ao vivo.
Dúvidas (280) - Não será um poucochinho exagerado? (3) - Está tudo explicado. A investigação em Portugal está a cargo de zombies
Começou com a dúvida se «temos os melhores engenheiros nas escolas portuguesas, que estão entre os melhores do mundo, o que faz com que Portugal não fique atrás de nenhum outro país a nível mundial em matéria de tecnologia e inovação», como garantiu uma luminária presumivelmente inspirada por Belém, onde também se garantem coisas que a medíocre realidade não sustenta.
Continuou com outra dúvida, resultante da primeira, se temos os melhores e não ficamos atrás de nenhum outro país (hipérbole que, se tomada à letra, significaria que temos toda a gente atrás de nós), como explicar que os nossos 362,2 mil cientistas e engenheiros, ou 2,1% do total da UE, só produziram o ano passado 0,13% do número de patentes registadas na UE?
Chegado aqui, carregado de dúvidas, senti-me um pouco como um infiel rodeado de crentes fanáticos jurando que se nos explodirmos no meio de outros infiéis seremos recebidos no Jannah por 72 (setenta e duas) virgens, quantidade exagerada até para um apreciador de virgens.
Até que me cruzei com um escrito de António Feijó e Miguel Tamen, professores da Universidade de Lisboa, que, talvez por não serem engenheiros, fazem um diagnóstico do estado da investigação em Portugal, baseados num relatório recente da OCDE, que explica o magro resultado de tanto e tão notável talento. Aqui vai um excerto à guisa de teaser:
«Os domínios que a investigação privilegia resultam, em vez disso, do conjunto avulso de projectos que investigadores e unidades de investigação submetem com sucesso aos concursos que a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) abre. Sendo a FCT a única, ou a decisiva, instância de financiamento nacional da investigação, o resultado dos seus esforços escapa-lhe sempre. O controle do Estado sobre a investigação não é acompanhado por uma noção daquilo que se investiga, e muito menos por uma ideia daquilo que se devia investigar.
A situação só não é caótica por dizer respeito a um universo de investigadores e unidades relativamente pequeno, que tendem, sempre que se candidatam a financiamentos, a replicar a investigação que têm feito, ou sempre fizeram. Para além disso, o alarde público com que os candidatos decepcionados com os resultados dos concursos de financiamento em cada ano os acolhem, e que logo encontra eco mediático, invariavelmente leva a que financiamento suplementar, mesmo que escasso, lhes seja concedido; e assim, na periferia do sistema, continuam a proliferar zombies.»
Continuou com outra dúvida, resultante da primeira, se temos os melhores e não ficamos atrás de nenhum outro país (hipérbole que, se tomada à letra, significaria que temos toda a gente atrás de nós), como explicar que os nossos 362,2 mil cientistas e engenheiros, ou 2,1% do total da UE, só produziram o ano passado 0,13% do número de patentes registadas na UE?
Chegado aqui, carregado de dúvidas, senti-me um pouco como um infiel rodeado de crentes fanáticos jurando que se nos explodirmos no meio de outros infiéis seremos recebidos no Jannah por 72 (setenta e duas) virgens, quantidade exagerada até para um apreciador de virgens.
Investigadores aguardando aprovação de financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia |
«Os domínios que a investigação privilegia resultam, em vez disso, do conjunto avulso de projectos que investigadores e unidades de investigação submetem com sucesso aos concursos que a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) abre. Sendo a FCT a única, ou a decisiva, instância de financiamento nacional da investigação, o resultado dos seus esforços escapa-lhe sempre. O controle do Estado sobre a investigação não é acompanhado por uma noção daquilo que se investiga, e muito menos por uma ideia daquilo que se devia investigar.
A situação só não é caótica por dizer respeito a um universo de investigadores e unidades relativamente pequeno, que tendem, sempre que se candidatam a financiamentos, a replicar a investigação que têm feito, ou sempre fizeram. Para além disso, o alarde público com que os candidatos decepcionados com os resultados dos concursos de financiamento em cada ano os acolhem, e que logo encontra eco mediático, invariavelmente leva a que financiamento suplementar, mesmo que escasso, lhes seja concedido; e assim, na periferia do sistema, continuam a proliferar zombies.»
07/09/2019
CASE STUDY: Um imenso Portugal (54) - Os pêtistas são como os Bourbons, não aprendem nada, nem esquecem nada
[Outros imensos Portugais]
Numa entrevista exclusiva ao semanário de reverência, Dilma Rousseff, a ex-"presidenta" (como fazia questão de ser chamada) sucessora de Lula, atribui a condenação de Lula e de outros dirigentes, a derrota do PT e a subsequente vitória de Bolsonaro, que resultaram da rejeição popular da corrupção extrema do seu partido, a uma rebuscada teoria da conspiração neoliberal.
Alguns excertos:
Numa entrevista exclusiva ao semanário de reverência, Dilma Rousseff, a ex-"presidenta" (como fazia questão de ser chamada) sucessora de Lula, atribui a condenação de Lula e de outros dirigentes, a derrota do PT e a subsequente vitória de Bolsonaro, que resultaram da rejeição popular da corrupção extrema do seu partido, a uma rebuscada teoria da conspiração neoliberal.
Alguns excertos:
«Luto e resisto à agenda neoliberal, uma das razões essenciais do golpe, e à perseguição movida contra o maior líder popular do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.
Na verdade, o desemprego é parte da política deste governo, que se apoia no sacrifício dos trabalhadores para concentrar renda, sustentar o arrocho fiscal e impor a agenda neoliberal.
O golpe de 2016 e a ascensão ao poder de um grupo de extrema-direita-neofascista no tratamento das questões sociais e perversamente neoliberal na condução da economia – levaram o Brasil a uma das maiores crises de sua história.»
O jornalista Caio Marinho, que conduz a entrevista visivelmente encomendada, bem podia ter ajudado a ex-presidenta a evitar o ridículo, explicando-lhe que o seu discurso panfletário e conspiratório actualmente já não passa muito bem na Europa fora do círculo dos crentes. E os crentes não ligam o presidente, eleito com a preciosa ajuda do PT, ao neoliberalismo nem ao paleoliberalismo, para eles Bolsonaro é espécie de Hitler tropical. Ponto final.
Na verdade, o desemprego é parte da política deste governo, que se apoia no sacrifício dos trabalhadores para concentrar renda, sustentar o arrocho fiscal e impor a agenda neoliberal.
O golpe de 2016 e a ascensão ao poder de um grupo de extrema-direita-neofascista no tratamento das questões sociais e perversamente neoliberal na condução da economia – levaram o Brasil a uma das maiores crises de sua história.»
O jornalista Caio Marinho, que conduz a entrevista visivelmente encomendada, bem podia ter ajudado a ex-presidenta a evitar o ridículo, explicando-lhe que o seu discurso panfletário e conspiratório actualmente já não passa muito bem na Europa fora do círculo dos crentes. E os crentes não ligam o presidente, eleito com a preciosa ajuda do PT, ao neoliberalismo nem ao paleoliberalismo, para eles Bolsonaro é espécie de Hitler tropical. Ponto final.
06/09/2019
De boas intenções está o inferno cheio (52) - Se a a Igreja é de esquerda mais do que ninguém, então a Igreja não está do lado dos pobres, está do lado da nomenclatura da esquerda
«Eu não sei o que é que se possa considerar de esquerda. Tenho uma certa dificuldade em saber o que é a esquerda e a direita. Se consideram que esquerda é estar mais do lado dos pobres, dos marginais, dos excluídos, dos descartados, creio que a Igreja é de esquerda mais do que ninguém.» disse o arcebispo de Braga Jorge Ortiga em entrevista ao Observador.
Curvo-me perante a autoridade eclesiástica que sabe certamente muito mais da doutrina católica do que um pobre agnóstico. E se essa autoridade diz que a Igreja está do «lado dos pobres, dos marginais, dos excluídos, dos descartados», apesar de a História fornecer abundantes argumentos para concluir o contrário, eu pobre agnóstico não vou contrariá-la.
Vou apenas, enquanto agnóstico pobre, corrigir a confusão da autoridade eclesiástica sobre a esquerda «estar mais do lado dos pobres, dos marginais, dos excluídos, dos descartados». Também aqui a História fornece abundantes argumentos para concluir que, mais do que querer acabar com os pobres, a esquerda quer sobretudo acabar com os ricos e, em quase todo o lado e em quase todos os tempos em que o tentou fazer, só acabou com a liberdade, aumentou a pobreza e substituiu os ricos pela sua nomenclatura.
Curvo-me perante a autoridade eclesiástica que sabe certamente muito mais da doutrina católica do que um pobre agnóstico. E se essa autoridade diz que a Igreja está do «lado dos pobres, dos marginais, dos excluídos, dos descartados», apesar de a História fornecer abundantes argumentos para concluir o contrário, eu pobre agnóstico não vou contrariá-la.
Vou apenas, enquanto agnóstico pobre, corrigir a confusão da autoridade eclesiástica sobre a esquerda «estar mais do lado dos pobres, dos marginais, dos excluídos, dos descartados». Também aqui a História fornece abundantes argumentos para concluir que, mais do que querer acabar com os pobres, a esquerda quer sobretudo acabar com os ricos e, em quase todo o lado e em quase todos os tempos em que o tentou fazer, só acabou com a liberdade, aumentou a pobreza e substituiu os ricos pela sua nomenclatura.
COMO VÃO DESCALÇAR A BOTA? (26) - P'ra mentira ser segura... (III)
Outras botas para descalçar
Em Fevereiro o governo anunciou 104 milhões de euros (três quartos dos quais destinados à área metropolitana de Lisboa) para reduzir o preço dos passes sociais com o argumento que resultariam mais 100 mil pessoas por ano nos transportes públicos, mais 63 milhões de viagens e menos 72 mil toneladas de dióxido de carbono. Escrevi aqui que se tratava de mais um exercício de planeamento milagroso porque as famílias com menores rendimentos já então privilegiavam o transporte público e tinham um passe social.
Seis meses depois com a medida em Lisboa em vigor desde Maio, como mostrei aqui os aumentos homólogos até Abril, ainda com os passes ao preço antigo, situaram-se na faixa dos 6-8%. Em Maio registou-se um aumento maior, pela novidade, e em Junho o aumento homólogo desceu para menos de 4%. De onde concluí que, descontado o crescimento natural e salvo um aumento extraordinário nos meses seguintes, o efeito líquido da redução do preços dos passes está muito longe dos prognósticos do governo que se situam no domínio habitual do planeamento milagroso.
A escassez de boas novas a este respeito, por um governo sempre atento à manipulação da opinião pública, indicia que de facto a realidade está longe da fantasia, o que é confirmado pela reduzida informação que passa no crivo. Por exemplo esta, de onde se conclui que até 16 de Agosto em Lisboa apenas foram abrangidas pelo novo passe familiar 2.564 famílias representando 9456 pessoas. Quanto ao Porto, «ainda aguarda».
Em Fevereiro o governo anunciou 104 milhões de euros (três quartos dos quais destinados à área metropolitana de Lisboa) para reduzir o preço dos passes sociais com o argumento que resultariam mais 100 mil pessoas por ano nos transportes públicos, mais 63 milhões de viagens e menos 72 mil toneladas de dióxido de carbono. Escrevi aqui que se tratava de mais um exercício de planeamento milagroso porque as famílias com menores rendimentos já então privilegiavam o transporte público e tinham um passe social.
Seis meses depois com a medida em Lisboa em vigor desde Maio, como mostrei aqui os aumentos homólogos até Abril, ainda com os passes ao preço antigo, situaram-se na faixa dos 6-8%. Em Maio registou-se um aumento maior, pela novidade, e em Junho o aumento homólogo desceu para menos de 4%. De onde concluí que, descontado o crescimento natural e salvo um aumento extraordinário nos meses seguintes, o efeito líquido da redução do preços dos passes está muito longe dos prognósticos do governo que se situam no domínio habitual do planeamento milagroso.
A escassez de boas novas a este respeito, por um governo sempre atento à manipulação da opinião pública, indicia que de facto a realidade está longe da fantasia, o que é confirmado pela reduzida informação que passa no crivo. Por exemplo esta, de onde se conclui que até 16 de Agosto em Lisboa apenas foram abrangidas pelo novo passe familiar 2.564 famílias representando 9456 pessoas. Quanto ao Porto, «ainda aguarda».
05/09/2019
Dúvidas (279) – Irá o Brexit consumar-se? (XV) - At least he has guts
«Boris Johnson has already decided on his election message: vote for me and get Brexit, vote for anyone else and get Jeremy Corbyn. He will ask voters: who can you imagine negotiating best with Brussels? Me, or Corbyn?
Clear as the message may be, the Prime Minister is risking everything in this contest. He could lose it all: Brexit, his premiership, the party, the works. He could go down in history as the shortest-lived occupant of No. 10. Or he could win, take this country out of the EU, then realign and reshape British politics. As one of those intimately involved in the decision to go for an election puts it: ‘It is a massive gamble. Nobody knows how it will pan out.’ One secretary of state admits that the outcome of the election is ‘totally unknowable. It doesn’t just depend on our performance but on what happens on the left. If they coalesce behind either Labour or the Liberals, we’re stuffed.’
This desire to roll the dice shows that Boris wants to be in power, not just in office. He went for an election after realising that there was no way to block the rebel bill to delay Brexit: if that were passed, he thinks, it would turn him into a puppet PM on 19 October. At cabinet on Monday, the new Leader of the House, Jacob Rees-Mogg, told ministers that he had looked at every route to stop the rebels, every trick in the parliamentary book, and hadn’t found anything that would work. He joked that the idea of impeaching the Speaker was a bit arcane even for him.»
James Forsight no Spectator
O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (186) - A pesada herança do polvo socialista
Uma estória socialista resumida:
João Conceição, actualmente administrador da REN, nomeado pelo governo socialista de José Sócrates em 2009, foi contratado em 2008 pelo BCP por Paulo Macedo, actualmente presidente da Caixa nomeado pelo actual governo socialista, na época membro da administração do BCP de que era então presidente Santos Ferreira, um amigo do peito de Guterres, antigo líder do PS e primeiro-ministro de dois governos socialistas. Santos Ferreira, desde sempre um homem às ordens do PS, que tinha transitado directamente para o BCP vindo da presidência da Caixa, para onde fora nomeado pelo governo socialista de Sócrates, Caixa onde autorizou empréstimos a Berardo e outros para comprarem acções do BCP, empréstimos que hoje fazem parte do malparado da Caixa que Você, leitor, e eu pagámos com os aumentos de capital para tapar os buracos.
Voltando a João Conceição, foi contratado pelo BCP ao mesmo tempo que nomeado assessor de Manuel Pinho, ministro da Economia de Sócrates e homem de confiança e às ordens de Ricardo Salgado, o DDT, presidente do BES cuja falência Você, leitor, e eu pagamos e vamos continuar a pagar. No BCP João Conceição foi contratado por 10 mil euros por mês que recebeu até Maio de 2009, totalizando 153 mil euros, agora reclamados pelo BCP com o fundamento de João Conceição não ter prestados quaisquer serviços, ao que este argumenta que fez tudo o que lhe mandaram fazer (para mais pormenores ler aqui).
Perdido? É natural, é o labirinto habitado pelo polvo socialista.
04/09/2019
DIÁRIO DE BORDO: Senhor, concedei-nos a graça de não termos outros cinco anos de TV Marcelo (88) - Num deserto de ideia, um dilúvio de palavras
Outras preces
Durante a sua fala na apresentação do sua biografia "Marcelo Rebelo de Sousa Todos os Dias”, de Felisbela Lopes e Leonete Botelho, na Festa do Livro de Belém, o biografado voltou a um dos seus temas favoritos que é o dos incentivos à comunicação social.
Durante a sua fala na apresentação do sua biografia "Marcelo Rebelo de Sousa Todos os Dias”, de Felisbela Lopes e Leonete Botelho, na Festa do Livro de Belém, o biografado voltou a um dos seus temas favoritos que é o dos incentivos à comunicação social.
«Sem meios é muito difícil garantir a sustentabilidade e não há uma democracia forte se não houver uma comunicação social forte, dinâmica e a longo prazo e não se consegue isso a pensar na sobrevivência«.Será que Sua Excelência, presidente de um país onde o amor às liberdades se confunde com o gosto pela libertinagem, com um Estado Sucial ocupado por novos situacionistas e as redacções dos mídia preenchidas por jornalistas de causas, não consegue antecipar o que seria uma comunicação social forte apoiada por esse mesmo Estado? É uma exortação do tipo que mil RTPs e Lusas floresçam, de um Marcelo que em 1974 se dizia marxista não leninista e agora parece maoista.
Não acreditem até ser desmentido
«Dir-se-á que Costa desmentiu categoricamente que quer ir para Belém e, portanto, é uma possibilidade absolutamente excluída. Minhas amigos e meus amigos: não sejamos ingénuos. A credibilidade que deve ser reconhecida a esta afirmação de Costa é a mesma que hoje sabemos que deveria ter sido dada àquela em que Costa jurava a pés juntos que jamais trairia António José Seguro e que faria tudo para o sucesso. Ou então àquela declaração, em 2015, que jamais formaria um Governo com a extrema-esquerda, atendendo às identidades diferentes dos partidos. Ou então aquela em que António Costa jurava que a bancarrota de 2011 se deveu ao chumbo do PEC IV e que José Sócrates seria recordado como um PM de excelência (porventura, a única declaração genuinamente verdadeira de Costa, que se tornou mentirosa por razões tácticas…). Quando Costa diz “não”, significa um “sim” na linguagem comum e da honestidade. Por outro lado, não podemos esquecer que os jornalistas da Lusa só interpelaram Costa sobre a sua vontade de se candidatar a Belém…porque o gabinete do primeiro-ministro lhes pediu! O que significa que António Costa queria criar um facto político; doravante, é um nome que ninguém poderá desprezar nas cogitações futuras sobre a corrida a Belém pós-Marcelo…Não nos deixemos enganar, nem distrair, pelo burlão político mor que é António Costa…Portugal assim o exige.»
Excerto de «A família socialista quer mudar-se para Belém: António Costa já só pensa na Presidência da República», João Lemos Esteves no jornal i
Às cambalhotas de Costa que Lemos Esteves recorda podemos acrescentar muitas outras, como a página da austeridade, o exemplo de Syriza que seria para seguir, a obsessão do défice transformada em culto, o amor pelo investimento público e a paixão pelo SBS transmutados em cativações, etc. (um grande etc.).
Por isso, não sem dar excessivo crédito às profecias de Lemos Esteves, que ainda há uns meses garantia que Costa ambicionava ir para Bruxelas, e não fazendo ideia nenhuma se Costa tem ou não intenção de se candidatar a Belém, ainda assim, considerando o extenso currículo da criatura em mentiras e cambalhotas, concluo que ao seu desmentido deve ser dada tanta credibilidade quanta resulta do seu passado, ou seja, nenhuma.
Excerto de «A família socialista quer mudar-se para Belém: António Costa já só pensa na Presidência da República», João Lemos Esteves no jornal i
Às cambalhotas de Costa que Lemos Esteves recorda podemos acrescentar muitas outras, como a página da austeridade, o exemplo de Syriza que seria para seguir, a obsessão do défice transformada em culto, o amor pelo investimento público e a paixão pelo SBS transmutados em cativações, etc. (um grande etc.).
Por isso, não sem dar excessivo crédito às profecias de Lemos Esteves, que ainda há uns meses garantia que Costa ambicionava ir para Bruxelas, e não fazendo ideia nenhuma se Costa tem ou não intenção de se candidatar a Belém, ainda assim, considerando o extenso currículo da criatura em mentiras e cambalhotas, concluo que ao seu desmentido deve ser dada tanta credibilidade quanta resulta do seu passado, ou seja, nenhuma.
03/09/2019
ARTIGO DEFUNTO: Portugal e Espanha crescem mais do que os que crescem menos, diria M de La Palice
Jornal Económico |
Títulos alternativos:
- O motor da Europa está gripado e o que cresce menos na Zona Euro
- Portugal cresce menos que a Espanha
- Portugal é o 7.º país que cresce menos na Zona Euro
- Há 11 países na Zona Euro que crescem mais do que Portugal
- Todos os países com menor PIB per capita da Zona Euro crescem mais do que Portugal
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