«Dir-se-á que Costa desmentiu categoricamente que quer ir para Belém e, portanto, é uma possibilidade absolutamente excluída. Minhas amigos e meus amigos: não sejamos ingénuos. A credibilidade que deve ser reconhecida a esta afirmação de Costa é a mesma que hoje sabemos que deveria ter sido dada àquela em que Costa jurava a pés juntos que jamais trairia António José Seguro e que faria tudo para o sucesso. Ou então àquela declaração, em 2015, que jamais formaria um Governo com a extrema-esquerda, atendendo às identidades diferentes dos partidos. Ou então aquela em que António Costa jurava que a bancarrota de 2011 se deveu ao chumbo do PEC IV e que José Sócrates seria recordado como um PM de excelência (porventura, a única declaração genuinamente verdadeira de Costa, que se tornou mentirosa por razões tácticas…). Quando Costa diz “não”, significa um “sim” na linguagem comum e da honestidade. Por outro lado, não podemos esquecer que os jornalistas da Lusa só interpelaram Costa sobre a sua vontade de se candidatar a Belém…porque o gabinete do primeiro-ministro lhes pediu! O que significa que António Costa queria criar um facto político; doravante, é um nome que ninguém poderá desprezar nas cogitações futuras sobre a corrida a Belém pós-Marcelo…Não nos deixemos enganar, nem distrair, pelo burlão político mor que é António Costa…Portugal assim o exige.»
Excerto de «A família socialista quer mudar-se para Belém: António Costa já só pensa na Presidência da República», João Lemos Esteves no jornal i
Às cambalhotas de Costa que Lemos Esteves recorda podemos acrescentar muitas outras, como a página da austeridade, o exemplo de Syriza que seria para seguir, a obsessão do défice transformada em culto, o amor pelo investimento público e a paixão pelo SBS transmutados em cativações, etc. (um grande etc.).
Por isso, não sem dar excessivo crédito às profecias de Lemos Esteves, que ainda há uns meses garantia que Costa ambicionava ir para Bruxelas, e não fazendo ideia nenhuma se Costa tem ou não intenção de se candidatar a Belém, ainda assim, considerando o extenso currículo da criatura em mentiras e cambalhotas, concluo que ao seu desmentido deve ser dada tanta credibilidade quanta resulta do seu passado, ou seja, nenhuma.
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Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
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Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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