Republicando e actualizando.
Secção Musgo Viscoso
Para alguém que anda na política há mais de duas décadas, foi secretário de Estado de Guterres e ministro de Sócrates da Economia, primeiro, e das Finanças, depois, fazer um depoimento como o que fez na comissão de inquérito à Caixa só pode ser distraído, mentiroso ou está sob ameaça do animal feroz.
Respigo um entre muitos outros exemplos. Depois de há duas semanas o seu antecessor como ministro das Finanças de Sócrates ter admitido ser pressionado pelo animal feroz para nomear para a Caixa Santos Ferreira e o seu amigo Vara, Teixeira dos Santos diz que foi coincidência ter ele próprio nomeado a mesma dupla. Quanto a Vara explicou que «fez carreira na Caixa, era director, tinha conhecimento dos cargos de direção da Caixa e capacidade de liderança. Fazia a ligação entre a administração e a Caixa e sinalizava que os quadros da Caixa poderiam chegar à administração». Inexplicavelmente nenhum deputado presente na comissão de inquérito vomitou.
[Actualização:
Tudo isto que já era conhecido, soube-se agora que está documentalmente confirmado pela carta de demissão de Campos e Cunha, cujo original retido por Sócrates foi apreendido em sua casa. A carta justificava o pedido de demissão com a «pressão sistemática relativa à substituição da Administração da CGD» e explicitava que a nomeação de Vara para a administração «é contrária às reformas de que este Grupo necessita».
Há uma passagem dessa carta de Campos e Cunha em que escreve «recuso-me a alterar pessoas sem uma estratégia». Se Teixeira dos Santos tivesse dito isso a Sócrates, o animal feroz poderia ter respondido «eu tenho uma estratégia» - a estratégia que Teixeira dos Santos obedientemente se dispôs a aplicar e que deu o que sabemos que deu.]
Com esta audição, Teixeira dos Santos merece cinco urracas pela falta de tomates, cinco bourbons por continuar igual a si próprio, cinco pilatos por ter passado o tempo a lavar as mãos das responsabilidades, e só não lhe atribuo cinco ignóbeis por não ter conseguido perceber se é distraído, mentiroso ou medroso.
Que a criatura com a sua songamonguice tenha conseguido atingir um estatuto de intocável do regime, depois das suas enormes responsabilidades no desastre socrático, diz mais sobre as nossas elites do que sobre ele próprio.
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário