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01/07/2015

ACREDITE SE QUISER: Uma reforma municipal segundo Relvas

Se Miguel Relvas for um paradigma do escol dos nossos políticos Portugal não terá redenção. E não é por causa da licenciatura a martelo. Dessa miudeza já se encarregou o jornalismo de causas que escarafunchou o que havia para escarafunchar.

É por causa do seu livro «O Outro Lado da Governação» que já não tinha intenção de ler e depois de ler as referências publicadas nos jornais transformei a não intenção em decisão de não ler.

Respigo duas passagens dessas referências. A queixa das pressões da troika «para deixar os municípios portugueses falirem à boa maneira de Detroit … que teve alguns adeptos dentro do próprio Governo» é um bom exemplo do pensamento «reformista» de Relvas (e de muitos outros).

Sendo certo que a visão dominante na sociedade portuguesa não é compatível com deixar falir um município sem rupturas dolorosas e talvez socialmente insustentáveis, não é menos certo que um político que se cola ao atavismo colectivista dessa sociedade não lhe passa pela cabeça fazer qualquer reforma digna desse nome.

A segunda referência confirma isso mesmo quando Relvas critica a «visão de contabilista liberal» da troika  - uma crítica com formulação tipicamente socialista - e imagina ter feito uma reforma municipal fundindo um quarto das mais de 4 mil freguesias e deixando intactas as mais de 300 câmaras, algumas delas com menos de 10 mil munícipes, num país que tem uma população da ordem de grandeza de qualquer grande cidade mundial. Estamos conversados.

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