Uma das poucas bolhas que a Alemanha parece sofrer é a bolha do imobiliário que tudo indica estar sobrevalorizado (talvez uns 25% nas grandes cidades, segundo o Bundesbank) com as inevitáveis consequências de aumentar o risco de incumprimento dos créditos imobiliários (não muito, porque estamos a falar de alemães) e diminuir o valor dos colaterais (que não têm sido reavaliados) expondo assim os bancos com carteiras importantes de hipotecas a ter de aumentar as provisões e… ter de reforçar os capitais e…diminuir os lucros e…
O problema não é tão grave quanto o seria noutros países porque a proporção de famílias com habitação própria é muito mais baixa do que noutros países (metade da Espanha, por exemplo), mas é um problema.
E face a este problema, como reagiu a banca alemã? Fizeram o seu lóbi junto do Banco Central Europeu via Bundesbank e conseguiram fazer escapar quase todas as suas carteiras de crédito imobiliário à asset quality review que o BCE vai realizar.
Estranhamente, por cá parece ninguém ter dado por isso e não se ouviu a ladainha do costume: a Alemanha, os alemães, a dona Merkel, bla bla. E talvez seja boa ideia ficarmos caladinhos porque se o BCE se der ao trabalho de esgravatar a carteira de créditos imobiliários da nossa banca poderia ser um desastre – ou seja, já é um desastre, mas ainda não se fala nisso.
(Para mais detalhes, ver «German banks win lighter ECB scrutiny» no FT)
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Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
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