Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

10/04/2014

Mitos (162) – as teorias da conspiração sobre as agências de rating (XII)

Lembram-se da legião dos detractores das agências de rating rasgando as vestes de indignação? Que não senhor, não havia risco de default, que sim senhor, era uma conspiração – afinal eram quase todas americanas e o preclaro doutor Marcelo teve uma epifania e, qual catavento soprado por brisas visionárias, declarou urbi et orbi que era uma «estratégia americana contra o Euro e contra a Europa, em que as agências de 'rating' têm um papel muito importante».

Pois bem, parte dessa legião encontra-se entre os signatários do manifesto de reestruturação da dívida cuja premissa subjacente é a inevitabilidade do default se não houver uma combinação de haircut, reescalonamento das maturidades e perdão de juros. Outra parte da legião não assinou porque não teve tempo ou não lhe pediram. Um resíduo da legião se mudou de posição não foi, provavelmente, por genuinamente ter mudado de opinião mas por fenómenos meteorológicos.

Se esta gente tivesse um resquício de coerência assinaria um manifesto a pedir desculpa às agências de rating.

Mais do mesmo no (Im)pertinências: clique aqui.

Sem comentários: