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04/04/2014

Encalhados numa ruga do contínuo espaço-tempo (18) - Jarretas unidos jamais serão vencidos!

Teixeira dos Santos, o jarreta que foi ministro das Finanças e previu 2,2% para o défice de 2009 que acabou em 10,0%, negou «qualquer dificuldade de saldos de caixa do Estado em Março» de 2011, contrariando assim os números das Contas Provisórias do Estado que a DGO publicou em 27-05-2011 ainda ele era ministro.

Vítor Constâncio diz não se recordar de ter sido chamado por Durão Barroso para falar do BPN. Não foi preciso mais para uma coligação de jarretas que andou pelo Banco de Portugal ter vindo a terreiro defender o ministro anexo de vários governos garantindo que «a supervisão bancária não é um sistema de investigação de crimes financeiros».

Pois não será, mas como aqui recorda João Miguel Tavares, «o caso BPN poderia e deveria ter começado em Março de 2001, quando a revista Exame, então dirigida por Camilo Lourenço, fez capa com o banco, chamando a atenção para inúmeros problemas. Na sequência dessas notícias, o BPN processou a revista. Quando ouvido no Parlamento, em 2009, Camilo Lourenço garantiu que “a primeira informação credível de que algo de grave se passava no BPN veio do próprio Banco de Portugal”».

Podemos ter dúvidas quanto ao rigor das previsões ou quanto ao escopo da supervisão bancária, ou, já agora, quanto à reestruturação da dívida, só não devemos ter dúvidas é que quando se mete a vara no vespeiro da gestão pública pós 25 de Abril o coro de jarretas de imediato ensaia en masse os seus hinos.


Declaração de desinteresse: uso o termo jarreta, que alguém começou a aplicar indiscriminadamente (e insensatamente, diga-se, esquecendo as legiões de «jarretas» das gerações seguintes) à geração do pós-guerra (à qual pertenço), não no sentido estritamente geracional, mas como a corporação que ocupou os «lugares» públicos e privados do regime saído do PREC e, por isso, responsável pelo declínio do país e pela bancarrota do estado.

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