Fonte: Bloomberg |
Desde logo porque há 8 anos as yields baixas resultavam mais do contexto dos mercados do que da confiança que a nossa situação inspirasse aos investidores. Nessa altura, o crescimento da economia era já medíocre, apesar do endividamento externo galopante, e ainda mais se à taxa de crescimento deduzíssemos a taxa de crescimento da dívida externa, como aqui fez Mário Amorim Lopes no Insurgente.
Ora se as nossas yields caíram para metade desde Setembro do ano passado, nuns escassos 7 meses, isso não se deve às nossas modestas realizações, quase todas perfeitamente reversíveis a curto prazo, nem se deve às profundas reformas que não fizemos, mas deve-se à procura de aplicações rentáveis por parte dos investidores cuja percepção de risco os está a conduzir a desinvestir nos países emergentes que viveram os últimos anos à boleia do boom de matérias-primas agora em fase de esvaziamento.
Expresso |
Há vários sinais dessa ilusão, quer no governo, quer nas famílias. O governo prepara-se para aumentar o salário mínimo e afrouxar as reformas, já de si frouxas. As famílias estão a voltar à euforia consumista do passado: a poupança e depósitos estão a encolher; a classe média está a voltar em massa aos ginásios para queimar as banhas; as vendas de automóveis no 1.º trimestre aumentaram mais de 40% face a 2013; as reservas nas agências de viagens cresceram significativamente esta Páscoa. E não é apenas um fenómeno pontual – é a continuação de uma tendência já revelada no 3.º trimestre do ano passado.
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