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18/01/2014

CAMINHO PARA A SERVIDÃO: A propensão para o socialismo, segundo o político que melhor conheceu a alma lusitana

Segundo creio em entrevista ao Diário de Notícias (então, como no PREC, como no pós-PREC e como hoje, um dos jornais do regime) em Dezembro de 1932, menos de 6 meses após ter sido nomeado presidente do Conselho de Ministros, António de Oliveira Salazar, o Botas, proferiu o seguinte juízo premonitório sobre o socialismo e os portugueses:

«Esse socialismo de Estado, que muitos apregoam e aconselham como um regime avançado, seria, na verdade, o sistema ideal para lisonjear o comodismo nato e o delírio burocrático do comum dos portugueses. Nada mais cómodo, mais garantido, mais tranquilo, do que viver à custa do Estado, com a certeza do ordenado no fim do mês e da reforma no fim da vida, sem a preocupação da ruína e da falência.

O socialismo de Estado é o regime burguês por excelência. A tendência para esse regime, entre nós, deve, portanto, procurar-se mais no fundo, falho de iniciativas da nossa raça do que noutras preocupações de ordem social. O Estado não paga muito mal e paga sempre. É-se desonesto, além disso, com maior segurança, com segura esperança de que ninguém repare.

As próprias falências, os desfalques, as irregularidades, se há compadres na governação, são facilmente afastados e os défices cobertos - regalia única! - pelos orçamentos do Estado.»


[Aqui recordado no Portugal Contemporâneo por Joaquim Couto, citando Vivendi]

O antes e o depois do 25 de Abril visto por João Abel Manta

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