Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

04/07/2021

No Portugal dos Pequeninos a insanidade é mais infecciosa do que o SARS-COV-2

Um dia destes morreu em Lisboa por atropelamento uma jovem ciclista grávida. É lamentável? Certamente. Era evitável? Talvez fosse naquele caso em particular, o que não é evitável é morrerem de vez em quando pessoas em acidentes de viação, numa pequena percentagem envolvendo mortes de ciclistas. E é tanto mais provável quantos mais ciclistas circularem em vias concebidas para o trânsito automóvel. 

O que fazer? Algumas coisas certamente, umas mais úteis outras menos úteis. É claro que também há as inúteis, como fazer "vigílias". No passado morreram muitos ciclistas, a maior parte deles gente pobre que pedalava para ir trabalhar. Actualmente os pobres andam de transporte público ou de carro e quem usa bicicleta são os urbanitas.

As mortes são todas iguais mas há umas mais iguais do que outras. Por isso a morte de uma jovem ciclista grávida tem mais impacto mediático do que dez mortes de uns obscuros pedreiros. Isso, em conjunto com a obsessiva aversão ao risco dos urbanitas, transformou este acidente num acontecimento de grande impacto mediático durante o curto período que as redes sociais lhe conseguem dedicar.   

   

Declaração de interesse: Uso regularmente a uma bicicleta para circular no meio urbano. Andar de bicicleta, ou de trotineta, triciclo, carro ou avião ou a pé, envolve riscos e o risco faz parte da vida. A única maneira de não correr riscos é estar morto. 

3 comentários:

Unknown disse...

P.I.C. - Processo de Infantilização em Curso...ou, pela(s) amostra(s) , provavelmente já concluído...
Mas é modernaço, é como se faz lá fora...um país de Salcedes , "tá" visto.

Anónimo disse...

A minha declaração de interesse:

-> Ando de bicicleta no meio do monte. Mas quando ando na estrada, chateia, a tendência assassina no tuga, ainda hoje ofereci porrada a um, e em 74 km fiz 10 em estrada.
-> Até já dei pontapés a carros que na ultrapassagem me apertam.

Eu cá não sei se esta é mais igual aos outros, e até me parece pelo que ouvi, foi por encadeamento.

Mas não me choca estes protestos. Para mim serve para chamar atenção dos impreparados.

Já tive gajos a tocar, já tive gajos a acelerar, todos

Outra nota de interesse, quem me ensinou a conduzir foi o meu Pai. E o único raspanete que levei foi por ter feito uma tangente a um ciclista. (o meu Pai nunca andou de bicicleta).


O Impertinente não faça essa nota de interesse pois se não vê utilidade, não anda de bicicleta na estrada o suficiente.

Anónimo disse...

Dado que as pseudo-autoridades nem sabem o que têm que fazer, só me lembro do General Charles de Gaulle que disse, em público:
> > > Os polícias são estúpidos. Se não fossem estúpidos não teriam ido para a polícia.

Castiguem (apreensão, dinheiro, porrada) os gaijos e as gaijas que andam de bicicleta pelos passeios, 'a abrir'; que passam os semáforos que não lhes convêm; muitas vezes acompanhados de crianças que aprendem, naturalmente, pelos maus exemplos; que largam as trotinetas aonde calha.

Façam vigílias por Portugal!

Abraço