A família socialista é muito unida
Tomaram posse a semana passada no Conselho Nacional para a Ética das Ciências da Vida o Dr. Boaventura Sousa Santos - uma personagem que pontifica na universidade de Coimbra sobre «crises e alternativas» a quem Maria Filomena Mónica chamou com propriedade «Bourdieu de província» - e o seu filho Dr. João Ramalho Sousa Santos, nomeados, respectivamente, pelo governo e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, o governo por interposto ministério da Ciência.
Também a Dr.ª Catarina Vaz Pinto, esposa do Eng. Guterres, vereadora da câmara de Lisboa, presidida pelo Dr. Medina, afilhado político do Dr. Costa, que havia sido nomeada em 2017 para a direcção do Museu Berardo pelo então ministro da Cultura e amigo do Dr. Costa, viu recentemente o seu mandato renovado.
Há quem considere haver conflito de interesses nestas nomeações mas, como é sabido, no Estado sucial não há conflito de interesse. Há interesses em conflito.
Desta vez o queijo limiano é um pelouro para o Dr. Tavares
No século passado um deputado independente pelo CDS vendeu o seu voto para aprovar o orçamento do Dr. Guterres em troca do reconhecimento da marca «Queijo Limiano» da sua terra, Ponte de Lima. O Dr. Rui Tavares, «uma mistura entre um teólogo da libertação e Eduardo Prado Coelho», fez um acordo com o Dr. Medina desistindo da candidatura pelo Livre em troca de ficar com o pelouro da Cultura, Conhecimento, Ciência e Direitos Humanos.
O Dr. Pedro Nuno não consegue acertar comboios e maquinistas
Take Another Plan. O Dr. Pedro Nuno quer pôr as perninhas dos alemães da Lufthansa a tremer
O Dr. Pedro Nuno, que nos seus tempos de agitador de congressos punha a perninhas dos banqueiros alemães a tremer ameaçando-os «não pagamos», pretende agora ajudar a desbloquear o plano de reestruturação em Bruxelas oferecendo à Lufthansa uma participação na TAP. É uma espécie de confirmação da lei empírica que o radicalismo com o tempo se converte em oportunismo.
O Dr. Leão anunciou que a economia poderá crescer 9% no biénio 2021-2022 que «vai ser o período de maior crescimento do século». Esqueceu-se de mencionar que tal só será possível porque o PIB caiu -7,7% em 2020 e não reparou que no triénio 2020-2022 o vertiginoso crescimento anual será 0,2%.
A compra de computadores para as escolas é outro clássico. Em Abril do ano passado foi anunciada a compra de 1.200.000 computadores que só foi autorizada em Julho. Em Janeiro deste ano, tinham sido entregues 100 mil. Em Março foi anunciado pela terceira ou quarta vez que estão a ser adquiridos mais 350 mil. O Tribunal de Contas concluiu agora no seu relatório que 60% dos computadores anunciados só estarão disponíveis no próximo ano lectivo.
«Queda monumental»
A redução o ano passado de 19% em Portugal do número de horas de trabalho, contra os 12% da UE, dá uma imagem muito mais realista da impacto das medidas contra a pandemia do que o reduzido aumento do desemprego em 2020, devido à desistência de procurar emprego e não à criação de emprego.
Os amanhãs que cantarão do Dr. Leão
O Dr. Leão anunciou que a economia poderá crescer 9% no biénio 2021-2022 que «vai ser o período de maior crescimento do século». Esqueceu-se de mencionar que tal só será possível porque o PIB caiu -7,7% em 2020 e não reparou que no triénio 2020-2022 o vertiginoso crescimento anual será 0,2%.
Investimento público, a auto-estrada mexicana do PS
O expediente que baptizei de auto-estrada mexicana e que consiste em anunciar sucessivos aumentos fictícios do investimento público executando sempre menos do que o orçamentado e no ano seguinte comparar investimento orçamentado com executado é um clássico dos governos do Dr. Costa. O Dr. Leão, estagiário do Dr. Centeno, adopta-o com naturalidade e o ano passado do investimento orçamentado de 6.447 milhões só foram executados 5.002 milhões, ou seja menos 22%. Este ano estão orçamentados 7.714 milhões e até Maio foram executados 1.802 milhões ou seja em 42% do tempo foi executado 23% do orçamentado.
O expediente que baptizei de auto-estrada mexicana e que consiste em anunciar sucessivos aumentos fictícios do investimento público executando sempre menos do que o orçamentado e no ano seguinte comparar investimento orçamentado com executado é um clássico dos governos do Dr. Costa. O Dr. Leão, estagiário do Dr. Centeno, adopta-o com naturalidade e o ano passado do investimento orçamentado de 6.447 milhões só foram executados 5.002 milhões, ou seja menos 22%. Este ano estão orçamentados 7.714 milhões e até Maio foram executados 1.802 milhões ou seja em 42% do tempo foi executado 23% do orçamentado.
Choque da realidade com a Boa Nova
A bazuca é mais do mesmo
Muito se poderá escrever sobre a utilização passada dos fundos europeus e especular sobre a utilização futura do PRR mas cito apenas um facto lembrado por Alexandre Patrício Gouveia no recente Fórum para a Competitividade: «Portugal é o 8.º país no World Economic Forum com melhores infraestruturas rodoviárias, mas 26% do PRR é dedicado a este tipo de investimento. Temos um défice no investimento privado, dedicando apenas 20%, enquanto Grécia e Espanha atribuem, respetivamente, 49% e 43%».
«Queda monumental»
A redução o ano passado de 19% em Portugal do número de horas de trabalho, contra os 12% da UE, dá uma imagem muito mais realista da impacto das medidas contra a pandemia do que o reduzido aumento do desemprego em 2020, devido à desistência de procurar emprego e não à criação de emprego.
Foi batido mais um recorde do endividamento da economia - a dívida total das famílias e das empresas não financeiras -, que atingiu em Maio 757,5 mil milhões, dos quais 346,4 mil milhões do sector público que contribuiu com mais de 60% do aumento em Maio.
1 comentário:
"do investimento orçamentado de 6.447 milhões só foram executados 5.002 milhões, ou seja menos 22%" ... 22% ? Foi utilizado uma calculadora made in Largo do Rato ?
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