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12/06/2020

De volta ao Covid-19. Colocando a ameaça em perspectiva (25) - Miscelânea

Este post faz parte da série De volta ao Covid-19. Colocando a ameaça em perspectiva e trata de vários temas.

O primeiro desses temas é a publicação quase inédita de opiniões técnicas desalinhadas no que respeita à pandemia depois de quatro meses da narrativa oficial dominante praticamente em exclusivo. Refiro-me ao texto «Perguntas frequentes sobre a Covid-19 e respostas que promovem o bom-senso» de André Dias (de quem já aqui publiquei o vídeo com a sua entrevista à Qi News) e de Gabriel Branco. É um texto de leitura muito recomendável que apresenta conclusões confirmando em termos gerais o que temos vindo a defender nesta série de posts.

O segundo tema vem na sequência dos posts que publicámos evidenciando haver muitos infectados que não foram testados [(1)(2) e (3)] e, em consequência, as taxas de letalidade serem muito inferiores às oficiais. O caso é tanto mais notável quanto diz respeito à comuna italiana de Bergamo, foco da mais devastadora infecção em Itália e provavelmente em todo o mundo. De cerca de 10 mil residentes escolhidos aleatoriamente, testados de 23 de Abril até 3 de Junho, 57% tinham anticorpos comprovando que foram infectados (Reuters). Podemos assim estimar que 68 mil dos 120 mil habitantes da comuna foram infectados, ou seja 5 vezes mais do que os 13.600 casos identificados.

O terceiro tema são os danos colaterais que resultam da concentração em exclusivo dos recursos dos sistemas de saúde no tratamento da pandemia em consequência da paranóia dos governos e do público alimentada pelos mídia, tema já tratado no post Porque aumentou a taxa geral de mortalidade? O serviço público de saúde britânico estimou que o número de pessoas nas listas de espera duplicará para 10 milhões até ao fim do ano com as consequências previsíveis sobre a mortalidade.

Spectator

O quarto tema é o impacto discriminatório do fecho das escolas, uma medida grandemente inútil para combater a pandemia. Como o diagrama referente às escolas secundárias do Reino Unido mostra com clareza, os alunos mais pobres nas escolas públicas tem menos acesso aos métodos mais interactivos e mais eficazes do que os alunos mais ricos nas mesmas escolas. E esses alunos mais pobres têm ainda muito menos acesso do que os alunos das escolas privadas geralmente provenientes de famílias das classes médias altas.

2 comentários:

Anónimo disse...

Dado o vírus que albergo [em simbiose] desde os 18 anos, tenho andado a catar o que posso acerca do SARS-CoV-2.
Não há definição alguma, segura, de quais são os critérios para diagnóstico da doença. São uns «deverá ser».
A OMS chega a ponto de considerar «infectado» quem não tem sintoma algum durante dias mas tem um teste PCR positivo.
Aprendi que todas as doenças infecciosas têm critérios objectivos de suspeição, havendo análises para confirmar, ou infirmar.
Quem tiver Zona [Herpes Zoster] tem vírus da Varicela nos raízes dos nervos sensitivos, desde que apanhou varicela [na infância]. Não contagia ninguém.
Tempos de tangas.

Abraço

Anónimo disse...

Quando escrevi o comentário em 12/06/2020 às 17:22:00, não o completei.

A doença inicia-se com febre muito alta, tosse, falta de ar e o trivial-de-cozinha de qualquer infecção séria. Tem como complementos raros a perda de paladar (agueusia) e de olfato (anosmia), num quinto ou num quarto dos doentes. Depois vem a complementaridade, os «exames». A radiografia (ou melhor, TAC) do tórax, onde quem sabe vê um padrão de pneumonia intersticial. A anosmia e a agueusia foram descobertas francesas. O início foi descrito pelos chineses.
Pneumonias intersticiais são o habitual nas pneumonias virais, E sem agente isolado são mais de 80% dos casos.

A que é chato, aborrecido e maçador é que a OMS termina em beleza: basta uma análise PCR positiva para se considerar que a pessoa está doente mesmo que a pessoa esteja sem qualquer sintoma durante dias ou semanas...
A análise pela Polimerase Chain Reaction detecta qualquer fragmento do RNA. Não indica se detectou uma partícula viral inteira ou um fragmento desta. Não indica se a partícula viral está viva ou falecida. Não indica se a pessoa pode contagiar ou não.

Nas suas normas vem o descrito por chineses e franceses.
E os institutos governamentais abanam a cabeça num 'sim'.

Abraço,
ao