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01/06/2020

Se o socialismo não resultou nas vacas gordas, porque haveria de resultar nas vacas magras?

O Dr. Costa que, em parceria com S. Exª. o PR, foi o artífice de uma estratégia de "guerra" à pandemia que enfiou a economia numa crise muito mais profunda do que a anterior, nomeou conselheiro especial para apresentar um plano de reconstrução da economia assim destruída o Eng. António Costa Silva, por acaso CEO da Partex, uma holding de petróleos, durante muitos anos participada da Fundação Calouste Gulbenkian e vendida no final do ano passado à PTE Plus, uma empresa pública tailandesa.

Mostrando ao que vem, o Eng. Costa Silva fez logo uma declaração de fé estatal: «esta crise mostrou que o papel do Estado tem que ser mais valorizado, mais Estado na economia, o Estado é o último protector contra todo o tipo de ameaças».

E para acabar com as dúvidas informou que o seu draft de plano aposta «nas infraestruturas físicas do país, modernizá-las todas, qualificar a rede viária, intervir muito no sistema de portos que é fundamental alavancar as exportações do pais, toda a rede portuária, construir um hub portuário, que tem sido desenvolvido um trabalho extraordinário nos portos, mas é muito importante infraestruturas portuárias, plataformas logísticas, ampliações de cais, que sejam uma aposta clara deste Governo.»

É um plano que o outro «Eng.» que emigrou para Paris, depois de falir o país e antes de ser preso, não desdenharia subscrever. Estamos assim no início de uma espécie de «Renovação na Continuidade» como a de Marcelo Caetano. Com uma diferença que em vez de suscitar após seis anos um golpe militar e a queda do regime, esta «Renovação na Continuidade» acabará por suscitar, após uma talvez longa agonia, prolongada pelas manobras ilusionistas do Dr. Costa, a declaração de falência do Estado Sucial, outra vez.

Na verdade, como recordou João Marques de Almeida, o PS tem uma longa experiência a torrar dinheiro dos contribuintes europeus. «Em 19 dos 25 anos de governos socialistas, Portugal recebeu cerca de 100 mil milhões de fundos europeus – ou seja, dinheiro oferecido pela UE. Mesmo assim, os governos socialistas não evitaram uma falência, em 2011, que obrigou a um empréstimo da UE e do FMI de mais cerca de 70 mil milhões de euros. Durante esse período, agravou-se o atraso económico de Portugal em relação à maioria dos países da UE, e os novos Estados membros, que entraram em 2004, aproximaram-se de Portugal, com alguns como a República Checa e a Eslovénia a ultrapassarem o nosso país em termos de PIB per capita. Ou seja, nos 19 anos socialistas recebemos muito dinheiro de Bruxelas, mas não nos tornámos um país mais rico e mais desenvolvido em termos relativos aos outros europeus.».

 É a confirmação de que a solução dos socialistas para as falhas do socialismo é sempre mais socialismo e mais Estado Sucial.

ADITAMENTO:

O Eng. Costa Silva, agora possuído por intensa fé no Estado português, há dois anos falando como CEO da Partex dizia «Nós, pura e simplesmente, decidimos não investir mais em Portugal, não vale a pena.»

1 comentário:

Miguel Santos disse...

Há uns tempos ouvir alguém a dizer que lá por o liberalismo resultar em alguns países, não quer dizer que resulte nos outros.
Curiosamente era uma pessoa que acha que o socialismo pode resultar em Portugal, mesmo não tendo resultado em mais nenhum país.