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29/12/2019

Mitos (300) - Diferenças salariais entre homens e mulheres (9) - Os 257 anos que faltam para a "paridade"

Outros mitos: (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7) e (8)

O pay gap atribuído à discriminação de sexos (que o politicamente correcto chama géneros) é um dos «factos alternativos» mais populares nos meios esquerdistas. Não é que não exista um pay gap, aliás existem vários, mas desde pelo menos a II Guerra nenhum deles se funda a discriminação de sexos ou de raças. De resto, com a mesma falta de fundamento, seria mais fácil apontar a discriminação entre bem nascidos e mal nascidos de ambos os sexos ou, se preferirem, de todos os 112 "géneros" identificados pelo Tumblr.

Na verdade, como procurei mostrar nos oito posts anteriores as diferenças salariais entre sexos, que, sublinho, se existissem seriam actualmente ilegais em quase todo o mundo, resultam de diferenças no acesso a certas profissões ou funções, consequência de mais de uma centena de milhar de anos de divisão do trabalho por sexos. Por memória volto a publicar o diagrama seguinte.

Retorno a este tema a pretexto de mais uma treta destinada a produzir sound bites e a ser propagada pelo jornalismo de causas identitárias. Desta vez, foi o Fórum Económico Mundial que concluiu que «ao ritmo atual, as desigualdades entre homens e mulheres no acesso ao emprego, oportunidades de carreira e igualdade salarial levarão 257 anos a corrigir».

Uma simples consulta da lista de países permitiria a uma mente com meia dúzia de neurónios activos colocar o desconfiómetro no vermelho. Alguns países mais "paritários" do que Portugal são: Burundi, Cuba, Bielorrússia, México, Trinidade e Tobago e Moldávia. 

De modo que, no ponto em que as coisas estão, fico com um impulso irresistível de avacalhar a conversa, aconselhando as carpideiras identitárias a não se preocuparem porque, muito antes dos 257 anos que nos separam da "paridade", já as mudanças climáticas previstas pelas respectivas carpideiras, que em grande parte coincidem com as identitárias, terão tornado inabitável o planeta.

Em particular para as luso-carpideiras identitárias, acrescentaria que a falência do sistema de segurança social acontecerá aqui neste Portugal dos Pequeninos ainda antes da inabitabilidade do planeta tornando "paritárias" as pensões.

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