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Em retrospectiva: que o debate sobre o aquecimento global, principalmente sobre o papel da intervenção humana, é muito mais um debate ideológico do que um debate científico é algo cada vez mais claro. Que nesse debate as posições tendam a extremar-se entre os defensores do aquecimento global como obra humana – normalmente gente de esquerda – e os negacionistas – normalmente gente de direita – existindo muito pouco espaço para dúvida, ou seja para uma abordagem científica, é apenas uma consequência da deslocação da discussão do campo científico, onde predomina a racionalidade, para o campo ideológico e inevitavelmente político, onde predomina a crença.
Um exemplo de lucidez e independência raro entre os militantes de causas ambientais (e, para ser honesto, igualmente raro entre os militantes do negacionismo) é o de Bjorn Lomborg, Director do Copenhagen Consensus Center. A demonstrar isso mesmo, escreveu há duas semanas no Project Syndicate um artigo desmistificando o alarmismo à volta da inundação resultante do degelo em várias partes do mundo. Aqui vai um excerto e a sugestão de ler o resto.
«As últimas notícias alarmantes sobre as mudanças climáticas são que enormes extensões de terra densamente habitada estarão submersas em 2050, com as suas cidades "apagadas". Esses relatórios - que apareceram no The New York Times e em muitos outros meios de comunicação - baseiam-se em bom trabalho de pesquisa de cientistas da Climate Central, mas eles entenderam mal a história.
Isso faz parte de um padrão prejudicial. A mudança climática é um problema criado pelo homem que precisamos resolver, mas muitas das notícias sobre seus supostos efeitos assustam-nos sem razão e enganam-nos sobre como agir.
O artigo, publicado no mês passado na Nature Communications, mostra que as estimativas anteriores do impacto do aumento do nível do mar estavam erradas, porque se baseavam em medições do nível do solo que às vezes incluíam erroneamente as alturas das árvores ou das casas. Por outras palavras, a vulnerabilidade ao aumento do nível do mar foi subestimada. Isso é importante.
Mas a mídia usou isso para criar uma visão distópica de 2050. O Times publicou um mapa aterrador mostrando que o sul do Vietname “quase desaparecerá” porque estará “debaixo d'água na maré alta”. O Times disse aos leitores: “Mais de 20 milhões de pessoas no Vietname, quase um quarto da população, vivem em terras que serão inundadas. ”E alertou para efeitos semelhantes em todo o mundo.
Esta notícia tornou-se viral. Bill McKibben, fundador da organização ambiental 350.org, twittou que "As mudanças climáticas estão encolhendo [o] planeta, da maneira mais assustadora possível". O cientista climático Peter Kalmus disse que já se preocupou em "ser rotulado como 'alarmista'", mas notícias como essa o fizeram adoptar o termo.
O que a mídia deixou de mencionar é que a situação no sul do Vietnã hoje é quase idêntica à situação projectada em 2050.»
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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10/12/2019
Mitos (299) - O contrário do dogma do aquecimento global (XXII)
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1 comentário:
Realmente vala a pena ler todo o artigo. Até por ser de leitura fácil.
No vosso post, insistam que quem quer saber tem que ler.
Abraço
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