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15/02/2019

Títulos inspirados (84) - «X paga quase n% dos gastos d@s Y privad@s»

Apesar dos esforços do Dr. Costa e do doutor Centeno, o primeiro para reduzir o Portugal dos Pequeninos ao Estado Sucial e o segundo para virar a página do segundo e continuar a austeridade por outros meios, temos de admitir que o seu sucesso ainda não é completo.

Um dia chegará (não esquecer que a Constituição estipula que estamos a «caminho para uma sociedade socialista»), em que o Estado Sucial será auto-suficiente e consumirá apenas o que produz. Até chegar esse dia dos amanhãs que cantam, o Estado do Dr. Costa ainda tem de adquirir bens e serviços àquela parte residual minguante do País a que chamam «privados».

Infelizmente, o Estado do Dr. Costa vê-se obrigado a ser membro da União Europeia para que o dinheiro dos contribuintes dos países capitalistas europeus possa ajudar a continuar o caminho para uma sociedade socialista. Isso tem uma consequência indesejada que é continuar a tolerar os «privados». Mas sempre sob protesto.

Protesto a que a imprensa socialista e os jornalistas de causas nela residentes dão eco com títulos apropriados como este do semanário de reverência:

«ADSE paga quase 25% dos gastos dos hospitais privados»

Que mil títulos floresçam nesta bendita imprensa obedecendo ao mesmo modelo conceptual que poderemos generalizar sob a seguinte fórmula:

«X paga quase n% dos gastos d@s Y privad@s»


Onde X pode ser «Estado» ou o «Organismo XPTO» e Y pode ser hospitais, farmácias, farmacêuticas petrolíferas, fabricantes de automóveis, sociedades de advogados, consultores, empresas de segurança, etc. (ver o CAE).

Longa Vida ao Dr. Costa para continuar o caminho para uma sociedade socialista, ao seu ajudante doutor Centeno, aos seus compagnons de route Jerónimo e Catarina pela preciosa ajuda e ao professor Marcelo pelos seus incontornáveis selfies.

1 comentário:

Anónimo disse...

Os jogos de palavras são a especialidade do Centeno e isto recorda-me o que ele disse há uns dias: «Portugal tem almofada financeira que cobre 44% das necessidades para os próximos 12 meses»... Que é o mesmo que dizer: «Portugal tem almofada financeira que cobre as necessidades dos próximos 5 meses». A diferença é que a primeira frase soa melhor, e os pacóvios nem sequer sabem contar pelos dedos.