«Por mais responsabilidades e culpas que tenha o actual primeiro-ministro (e são imensas) no desastre económico e financeiro, na ausência de reformas estruturais, na manutenção do corporativismo que infesta o Estado português, nas ligações perigosas e perversas entre o mundo político e o mundo empresarial, Portugal só pode em sonhar sair do buracão em que está metido depois de uma profunda reforma do regime político e uma importante regeneração da nomenclatura partidária. E não falo apenas dos "boys" e das "girls" (que continuam em grande mesmo depois de todos os PEC, como é amplamente anunciado cada dia pela comunicação social) e dos "apparatchiks" que esperam a saída de Sócrates para encontrar outro menino de ouro que faz bem a Portugal. Falo das elites económicas que vão a Belém cada vez que as coisas correm mal e querem outro governo para não atrapalhar os negócios que endividaram o País. Falo das dezenas de comentadores e fazedores de opinião, sempre os mesmos, que andaram anos a defender um modelo que só podia conduzir a este desastre, os que falam do optimismo saudável contra os malvados Velhos do Restelo, os que usavam e abusavam da propaganda para descobrir sempre a dura realidade depois dela já ser evidente. Ainda que muitas vezes discordando da substância da análise dos economistas heterodoxos, não tenho dúvida em achar que estão cobertos de razão ao denunciar a falta de pluralismo em Portugal, onde os mesmos que durante vinte anos defenderam as políticas desastrosas (sempre no intervalo das sinecuras do regime que foram acumulando) continuam a pontificar nos jornais e nas televisões como se não fosse com eles.
A nova versão do regime para explicar o atoleiro português é culpar a senhora Merkel.»
[«A sobrevivência do regime e o eleitorado alemão», de Nuno Garoupa no Negócios]
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
26/11/2010
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: PBREC (processo de branqueamento do regime em curso)
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a memória dos povos é curta,
eu diria mesmo mais,
PBREC
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