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04/02/2022

De volta à Covid-19. Colocando a ameaça em perspectiva (55) - Qual a eficácia e o fundamento científico das medidas de confinamento? (II)

Este post faz parte da série De volta à Covid-19. Colocando a ameaça em perspectiva e é uma continuação de (I)

Há um ano citámos as conclusões de um estudo do prof. Ioannidis (Assessing Mandatory Stay‐at‐Home and Business Closure Effects on the Spread of COVID‐19) no sentido do efeito líquido das medidas mais restritivas de confinamento doméstico e do fecho de empresas tomadas adicionalmente às medidas menos restritivas (como no caso da Suécia e Coreia do Sul que não adoptaram o confinamento doméstico obrigatório e do fecho compulsivo de empresas) não ter sido significativo no número de casos e que, em consequência, reduções da mesma amplitude poderiam ter sido alcançadas com medidas menos restritivas.

Desta vez citamos as conclusões de um paper acabado de publicar de Jonas Herby, Lars Jonung e Steve H. Hanke (A LITERATURE REVIEW AND META-ANALYSIS OF THE EFFECTS OF LOCKDOWNS ON COVID-19 MORTALITY), onde foram revistos 24 estudos comparando países de acordo com o rigor dos seus confinamentos e a obrigatoriedade de uso de máscaras. A conclusão é não ter sido possível estabelecer uma relação clara entre o rigor do confinamento e a letalidade na primavera de 2020. O confinamento terá com reduzido apenas 0,2% das mortes e a obrigatoriedade de isolamento em casa reduziu as mortes em 2,9%. 

É claro que estas conclusões não têm um valor absoluto, a começar pelo facto de para a meta-análise terem sido escolhidos 24 entre muitos outros estudos. Apenas são um contrapeso à ciência de fancaria que apresenta às massas ignaras dogmas que parecem ditados por uma entidade divina.

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