Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

30/05/2017

ACREDITE SE QUISER: Ceteris Paribus

Segundo as estimativas de Carlos Tavares e Carlos Alves em «A banca e a economia portuguesa», se a partir de 2000 o crédito concedido pela banca «tivesse sido investido com uma eficiência igual ao seu custo (depreciação e uma taxa de juro real de 2% ao ano), o PIB seria hoje de mais quase 40 mil milhões de euros (24% acima do existente). Pobre é, muitas vezes, não tanto quem não tem dinheiro mas quem gasta mal pouco dinheiro que tem.» (Daniel Bessa no Expresso de sábado passado)

De onde podemos concluir, uma vez mais, que o principal custo da corrupção não é o dinheiro apropriado pelos corruptos e corruptores (a legião dos Oliveiras Costas, Sócrates, Salgados, e tutti quanti), tudo por junto umas dezenas de milhões. O principal custo da corrupção são as consequências das decisões de investimento (real ou imaginário) tomadas sob influência da corrupção. Aqui, sim, aplica-se o multiplicador... da corrupção - um milhão de euros de luvas para fazer um elefante branco de dezenas ou centenas de milhões, por exemplo um aeroporto que só abria, abre ou abrirá aos domingos, ou a modernização das escolas secundárias pela Parque Escolar.

É claro que a corrupção floresce na atmosfera pútrida do Estado Clientelar a que em Portugal se chama Estado Social.

Sem comentários: