Há pelo menos dois Portugais. Há o Portugal que faz greves, que resiste às mudanças inevitáveis, amarrado aos direitos adquiridos, que sai para as ruas a protestar, que vai às televisões perorar contra a austeridade. E há o Portugal que silenciosamente se adapta, trabalha e faz pela vida. Se avaliarmos os pesos de cada um deles pelo ruído mediático, o primeiro dos Portugais, à boleia do jornalismo de causas e das luminárias incompetentes e cobardes que dominam os mídia, esmaga a humildade do segundo. Quando saímos do mundo do espectáculo as coisas podem ser diferentes.
Como tem sido salientado aqui no (Im)pertinências, as contas externas têm vindo a melhorar significativamente nos dois últimos anos. Isso deve-se ao que este governo fez? Alguma coisa, mas deve-se sobretudo ao que fez o Portugal que não depende do Estado. As contas externas até Abril, divulgadas no Boletim Estatístico de Junho do BdeP, mostram claramente a continuação dessa melhoria. Pela primeira vez desde há muitas décadas, não estamos a ter saldos negativos na balança corrente, ou seja não estamos a aumentar o endividamento ao exterior.
Fonte: Boletim Estatístico de Junho do BdeP |
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