«De acordo com as minhas nebulosas recordações "maiêutica" significa em grego, mais coisa menos coisa, "arte de ajudar a parir". Sócrates, filho de uma parteira, aplicou as competências da mãe para extrair dos seus discípulos a verdade que, segundo ele, lá preexistia nas suas mentes, soterrada nas profundezas. A essa operação chamou - ou alguém por ele - maiêutica.
Deve reconhecer-se que extrair seja o que for duma mente é um propósito que requer mais engenho, e, sobretudo, é bem mais perigoso, do que ofício de parteira. Talvez por isso, Sócrates sucumbiu à cicuta antes do tempo que lhe era devido, enquanto a sua mãe esperou por Thanatos na sua vez.
Lembrei-me de usar a maiêutica para tentar extrair alguma coisa da minha mente, verdade ou mentira, sobre o tema do aborto em que a minha única certeza são imensas dúvidas, a que acrescento mais esta: será a arte de ajudar a parir adequada para discorrer sobre o aborto?
À medida que os trabalhos de parto forem prosseguindo aqui prestarei a devida conta.» [revisitando a maiêutica do aborto, aqui e aqui]
Não tendo a minha mente produzido nada entretanto, socorro-me do novo livro de Ann Coulter [Treason: Liberal Treachery from the Cold War to the War on Terrorism], onde provocadoramente ela escreve: "the fundamental difference between liberals and conservatives is conservatives believe man was created in God's image while liberals believe they are God - liberals believe they can murder the unborn because they are gods".
[Aviso aos incautos: a coisa mais parecida, aqui na paróquia, com os liberais da Ann Coulter é a esquerdalhada e alguns dos seus conservadores até poderiam ser liberais na nossa paróquia]
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
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Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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