O Dr. Pedro Nuno, talvez arrastado pela seu círculo de fiéis (um verdadeiro líder não vai de arrastão), está a apostar todas as fichas na operação policial do Martim Moniz, confundindo a percepção dentro das bolhas da esquerda e da bem-pensância urbana com a percepção da plebe – a carta aberta das 21 personalidades é uma espécie de carta fechada entre os herdeiros da geringonça. Para além da óbvia falta de vergonha de ignorar as múltiplas “operações especiais” que a PSP desencadeou durante os governos socialistas, o Dr. Pedro Nuno e com ele o PS arrisca-se a perder o eleitorado fora dessas bolhas.
You pay peanuts, you get monkeys
É verdade que pagando bem a um político incompetente ele não se torna competente. Como é verdade que pagando mal por um lugar político é mais provável conseguir para esse lugar políticos incompetentes, ricos ou desonestos que esperam ficar ricos. É mais ou menos isso que vem acontecendo. Por isso, a discussão em curso sobre os salários dos políticos é bastante inconsequente. Talvez se devessem aumentar os salários apenas a partir de uma próxima legislatura e esperar que isso atraísse políticos de melhor qualidade, decisão que depara com a dificuldade que teria de ser tomada por políticos de má qualidade.
Tentar ganhar na secretaria a eleição que se perdeu nas urnas
Os vereadores socialistas da câmara de Lisboa estão a fazer os impossíveis por fazer cair o Eng. Moedas a pretexto de alegada ilegalidade de uma substituição de um vereador do PSD por um suplente, substituição que o departamento jurídico da câmara considerou legal (fonte). Se calhar têm razão, mas a coisa está a ser feita como se a câmara pertencesse por direito ao PS e qualquer pretexto fosse bom para expulsar os intrusos.
Gone with the wind
Já escrevi várias vezes sobre os projectos descabelados de energia eólica offshore no Portugal dos Pequeninos que se devem em grande parte aos governos socialistas. Volto a fazê-lo a pretexto deste texto de Mira Amaral que nos informa que se a electricidade produzida pela eólica offshore de Viana do Castelo já custa €159,9/MWh e os novos projetos que a APREN quer vender ao governo andarão pelos €200/MWh, por várias razões incluindo o facto da costa portuguesa não ser apropriada para plataformas amarradas ao fundo que são muito mais baratas do que as flutuantes.