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09/12/2024

Crónica de um Governo de Passagem (30)

Outras Crónicas do Governo de Passagem

Navegando à bolina
O OE2025 é bom no género mau dos orçamentos dos governos socialistas

Apesar de tudo, nas condições em que foi aprovado, o OE2025 não foi o desastre que foram os primeiros orçamentos do governo do Dr. Costa em que as concessões à geringonça tiveram impactos que ainda hoje perduram e explicam uma parte da ineficácia da Estado sucial, nomeadamente a redução do horário de trabalho de 40 para 35 horas, redução que segundo o Dr. Costa e o Dr. Centeno, abençoados pelo Dr. Marcelo, não teria impacto orçamental o que, sendo obviamente mentira, só não teve um impacto desastroso porque foi acomodada pela degradação dos serviços públicos.

Choque da realidade com a Boa Nova

Admiti a semana passada que o governo do Dr. Montenegro teria percebido que para resolver a chamada crise da habitação seria indispensável garantir a disponibilidade de solos para construção e para isso teria de alterar a chamada Lei dos Solos. Acrescento que agora que as alterações introduzidas nesta lei não parecem à altura dos seus desígnios. Desde logo porque a conversão dos solos exige que 70% da área de construção se destinem a habitação pública, arrendamento acessível ou habitação a preço moderado, sendo que este valor moderado é o correspondente à mediana do preço do m2 das vendas do ano anterior. Uma vez mais, tenta-se resolver o problema manipulando o preço, política cujos resultados na habitação são conhecidos pelo menos desde a Lei dos Inquilinatos, promulgada em 1910 pelo governo republicano provisório que Salazar não teve coragem de revogar.

A dívida pública aumentou ou diminui, conforme o que a imprensa quiser

O Jornal Económico titula «Dívida pública cai 2,4 mil milhões para cerca de 270 mil milhões em outubro» e o Público titula «Dívida pública aumenta para 269,8 mil milhões em Outubro». Quem tem razão? Ambos, porque o primeiro compara Outubro com Setembro e o segundo compara com Outubro do ano passado. Temos de acrescentar que a dívida líquida de depósitos, que é no fundo a que mais importa, aumentou de Setembro para Outubro 2,9 mil milhões.

Bombeiros incendiários e greves à sexta-feira

Depois dos polícias, foram os bombeiros que se “chegaram” à frente com petardos e em modalidades e estilos que devem muito às manifs do PCP-CGTP, juntando-se à greve dos funcionários públicos que, como habitualmente, funcionam à sexta-feira como “pontes” entre feriados.

Faz greve, mesmo que não saibas porquê. O governo saberá

Há também uma greve dos maquinistas da CP de protesto contra as declarações do ministro da Presidência que os maquinistas acusam de ter insinuado que há um problema de copos.

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