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30/12/2024

Crónica de um Governo de Passagem (33)

Outras Crónicas do Governo de Passagem

Navegando à bolina
Os portugueses «vão ter razões para confiar no SNS»

Este ano o número de nascimentos deverá andar pelos 85 mil. Pelo padrão internacional essas nascimentos careceriam de 12 a 14 consultas por gravidez, ou seja, digamos, um total 1,2 milhões de consultas. O padrão internacional de consultas dos obstetras em full-time é de 2.500 a 4.000 por ano e, assim, seria de esperar que os 730 obstetras do SNS pudessem dar entre 1,8 e 2,9 milhões de consultas. Até mesmo no Portugal dos Pequeninos, é difícil explicar como os obstetras do SNS se vêem às aranhas para proporcionar menos de 1,2 milhões de consultas deduzidas do número que o sector privado proporciona. (leia-se aqui uma descrição de algumas das encrencas com a triagem telefónica).

De volta ao velho normal?

O governo do Dr. Montenegro parece apostado em dar razão aos prognósticos do Dr. Centeno e continua a aumentar a despesa como se não houvesse amanhã. Nos três primeiros trimestres o saldo orçamental diminuiu em valor absoluto e caiu de 3,3% do PIB no ano passado para 2,8% este ano, apesar da receita fiscal ter aumentado 7,1%.

Choque da realidade com a Boa Nova

As políticas da habitação deste governo continuam a falhar como falharam as dos governos do Dr. Costa. O valor mediano dos empréstimos bancários subiu em Novembro para 1.740 € por m2, um aumento homólogo de quase 14%.


O número de avaliações aumentou 6,5% em relação a Outubro e 28% em relação ao mesmo mês do ano passado, muito provavelmente pelo aumento da procura induzido pelas novas condições do crédito habitação jovem com 100% de financiamento – já agora, a procura por estrangeiros, os culpados do costume, teve uma redução homóloga de 3,1% no trimestre. O governo parece não ter ainda percebido que a escassez de oferta não se resolve pelo aumento da procura.

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