Adaptado do Expresso |
Se admitirmos (uma hipótese talvez ousada) que as notas para admissão no ensino universitário em Portugal traduzem o talento dos candidatos, 250 dos alunos portugueses mais talentosos vão estudar matérias e concluir licenciaturas e mestrados, e talvez doutoramentos, em áreas onde com altíssima probabilidade não vão encontrar colocação profissional em Portugal e, como tantos outros, emigrarão. (*)
É apenas mais um exemplo do que baptizo de teorema Pulido Valente, em homenagem ao Vasco que nos faz tanta falta, que postula que nenhum país se desenvolve à custa de aumentar o número de graduados. Teorema do qual resulta o seguinte corolário:
A produção de graduados favorece o desenvolvimento dos países para onde emigram os graduados provenientes dos países que esperavam desenvolver-se à custa desses graduados.
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(*) Em boa verdade, não é apenas nas áreas mais exóticas que os graduados emigram. Até na prosaica engenharia civil emigram mais de 1/3 dos graduados, segundo o presidente da Ordem dos Engenheiros da Região Sul.
3 comentários:
Eu, engenheiro civil há quase 30 anos, saí de Portugal em 2007 no prelúdio da crise que se via chegar. Nas pouquíssimas vezes que tentei regressar a Portugal, foi-me oferecido um salário de aproximadamente 50% daquele que auferia em 2007 antes de sair. Já desisti de trabalhar em Portugal. Tenho 3 filhos aos quais aconselhei a trabalharem fora. Um está em Londres, outro e Chicago e o terceiro ainda menor está estudar em Espanha. Da minha geração (já não jovem) somos muitos os que saímos para não voltar.
Por certo, já não exerço no campo da engenharia.
Por tudo isto e mais deveriam pagar as licenciaturas............
https://expresso.pt/podcasts/o-futuro-do-futuro/2024-09-05-engenharia-aeroespacial-as-empresas-nao-querem-estar-a-espera-dos-alunos-estao-a-instalar-se-ca-para-aceder-aos-nossos-recursos-humanos-4fc48399
Não sei se isto não justifica um artigo. Fica a sugestão..
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