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21/09/2024

Um dia como os outros na vida do Estado sucial (44) - A semana dos quatro dias

Como aqui constatámos, como quer que se meça a produtividade no Portugal dos Pequeninos ela é fraca, esse é um dos nossos maiores problemas e a produtividade total poderia aumentar se trabalhássemos mais horas, fazendo o contrário do que o pensamento económico milagroso nos está a sugerir que façamos: a semana dos quatro dias. Por isso, se há reformas que fazem falta no Portugal dos Pequeninos a semana de quatro dias não é seguramente uma delas.

Quando ao SNS, como tenho repetidamente referido na rubrica «Em defesa do SNS, sempre» / «O SNS é um tesouro» das Crónicas dedicadas à governação socialista, sabendo-se que a despesa do SNS aumentou de 9,1 mil milhões em 2015 para 14 mil milhões em 2023 e o número de efectivos passou de 120 mil para 150 mil e, não obstante, o número de pessoas sem médico de família aumentou no mesmo período 700 mil e a resposta do SNS degradou-se, seremos obrigados a concluir que, se a semana de quatro dias não faz falta em nenhum sector, no caso da SNS seria um desastre anunciado a consumar a redução das 40 para as 35 horas que o Dr. Costa, o Dr. Centeno e o Dr. Marcelo nos garantiram que não teria impacto orçamental

É neste contexto que a conclusão dos coordenadores do projecto-piloto da semana de quatro dias de que testar semana de quatro dias no SNS «teria muito interesse» revela um lunatismo insanável só ultrapassado pela irresponsabilidade de quem inventou o projecto-piloto e os nomeou coordenadores.

2 comentários:

Sérgio Gonçalves disse...

Faz sentido. Toda a gente sabe que nas férias há muito menos doentes, pelo que solução para o SNS é pôr os portugueses de férias o ano todo.

Este blogue faz um trabalho fundamental ao divulgar a alienação que se vive em Portugal e no mundo ocidental.

O

Silva disse...


Aumentar exponencialmente a produtividade depende da vontade/coragem política de implementar, rapidamente e em força, reformas estruturais a começar, repito, a começar pela abolição do salário mínimo, liberalização dos despedimentos e abolição dos descontos seguindo-se outras reformas estruturais.