Personagens como Donald Trump suscitam sentimentos extremos: por um lado os seus detractores destilam ódio por todos os poros e rejeitam até o que aceitariam vindo de um dos seus; por outro os seus indefectíveis aceitam e até louvam os disparates mais óbvios e ignoram o que contradiz o que diz defender e até, por vezes, vai contra os interesses de uma parte significativa do seu eleitorado.
O exemplo mais recente de uma medida daquele último tipo faz parte do pacote de US$ 2 biliões de estímulo à economia e consiste numa alteração da fiscalidade de que resultam benefícios fiscais de US$ 90 mil milhões em 2020, dos quais 82% são destinados aos 43 mil contribuintes com rendimentos fiscais superiores a um milhão de dólares por ano e menos de 3% são destinados aos contribuintes com menos de 100 mil dólares, segundo os cálculos do Joint Committee on Taxation um órgão não partidário do congresso. (WP)
Uma parte significativa da base eleitoral de Trump são aqueles a quem Hillary Clinton chamou deplorables e inclui também o operariado branco que nas primárias democratas anteriores votou Sanders, a maioria com rendimentos abaixo de 100 mil dólares.
ADITAMENTO:
Esclarecendo o último parágrafo (que não tem relação nenhuma com «associar o Trump à esquerda radical»):
«... these results support the claim that Trump’s appeal to the white working class was crucial for his victory», Trump Voters and the White Working Class, Stephen L. Morgan, Jiwon Lee, Johns Hopkins University
ADITAMENTO:
Esclarecendo o último parágrafo (que não tem relação nenhuma com «associar o Trump à esquerda radical»):
Pew Research Center |
«... these results support the claim that Trump’s appeal to the white working class was crucial for his victory», Trump Voters and the White Working Class, Stephen L. Morgan, Jiwon Lee, Johns Hopkins University
2 comentários:
Uma "parte sigificativa"? Quanto é que é, em percentagem, uma "parte significativa"? Essa tentativa de associar o Trump à esquerda radical não faz sentido nenhum. Lá porque os Bernie Bros não quererem votar no globalista senil Joe Biden, isso não significa que eles vão votar em Trump em números expressivos...
Lamento, caro (im)Pertinente, mas a informação que incluiu no aditamento não prova que os eleitores de Sanders façam parte da base eleitoral de Trump. Serem pobres, rurais, menos instruídos e brancos (dados que eu não disputo) não é condição suficiente para que votem em Sanders e, ao mesmo tempo, sejam capazes de votar em Trump.
Aquilo que é preciso demonstrar é que houve efectivamente uma grande quantidade de eleitores de Sanders que, em 2016, votaram em Trump. Ou que, agora em 2020, estejam dispostos a votar em Trump. Tenha sérias dúvidas de que haja assim tantas pessoas que verifiquem estas condições. Desde logo porque a maior parte do eleitorado de Trump é avessa ao socialismo radical que Sanders preconiza, daí o meu comentário anterior. Quem vota em Trump, regra geral, está farto da Esquerda e dos seus excessos, não quer mais Estado a controlar as suas vidas.
A única razão que consigo encontrar para um eleitor de Sanders votar em Trump é uma eventual rejeição de Joe Biden. Concedo que isso é possível, mas a questão aqui é saber se também será provável.
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