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22/10/2019

O dinheiro dos credores esgotou-se primeiro do que a capacidade da Portela (4) - Portela, ontem, hoje, amanhã e sempre

Sequência daqui e dali.

Em retrospectiva:

«A manterem-se as taxas de crescimento actuais, entre 2003 e 2007 esgota-se a capacidade do actual aeroporto. É evidente que é possível, com alguns investimentos complementares, aumentar a vida útil deste aeroporto por mais dois ou três anos. Eu diria que, em 2007 ou 2008, a capacidade do actual aeroporto estará esgotada.» (Guilhermino Rodrigues, secretário de estado dos Transportes, 29-05-1998)

«O aeroporto da Portela deverá começar a enfrentar dificuldades a partir de 2020, altura em que possivelmente ultrapassará os 18 milhões de passageiros para os quais ficou dimensionado com o plano de expansão da infra-estrutura.» (Negócios, 18-04-2010)

«... a ANAC admite que o Aeroporto da Portela atinja 24,8 milhões de passageiros este ano, o que representaria uma subida de 16%! Quando nos lembramos que muitos estudos garantiam que o aeroporto não aguentava mais de quinze milhões de passageiros...» (Expresso Diário, 10-05-2016)

Em 2017 passaram pelo Aeroporto da Portela um novo recorde de 26,7 milhões de passageiros e há planos para poderem ser movimentados 49 milhões.

Em 2018 o número de passageiros na Portela aumentou para 29 milhões.

Nos doze meses terminados em Setembro deste ano a Portela recebeu 30 milhões de passageiros.

Actualização:

Há poucos dias, um grupo de especialistas, onde está Carmona Rodrigues, um ex-presidente da APA e José Furtado, especialista português no sector, apresenta Alverca como alternativa a Aeroporto do Montijo. Portela será o aeroporto secundário. (Económico)

Pelos vistos, Sérgio Monteiro, o então secretário de Estado das Infraestruturas, era capaz de ter razão quando em Julho de 2015 disse ao Expresso que «nos próximos 50 anos não é necessário um novo aeroporto

A Portela aguenta? Ai aguenta, aguenta.

1 comentário:

Anónimo disse...

Acredito (como sempre acreditei) que a Portela era um espinho cravado no plano/negócio
urbanístico da 'Alta de Lisboa'. O crescimento do maior empreendimento urbanístico da capital estava prejudicado (com F): ninguém iria habitar próximo do ruído dos motores a jacto, nem seria possível fazer prédios altos, à pala da navegação aérea.

Então, o oriental dos casinos mandou vir o seu financeiro de confiança de Macau para o Estoril (ao Sol). A seguir, a criatura migrou para a CGD logo após as migrações para partes certas do (então) Ministro das Finanças e do (então) patrão da CGD: as criaturas não queriam dar pilim para um novo aeroPorto nem para um TGV. O que muito incomodou o PM-filósofo — o tal que amava fotocópias.

Na altura, o aeroPorto de Málaga (com uma só pista) movimentava cinco vezes mais
passageiros (creio) do que a Portela (com duas pistas). E estava mais perto do centro de Málaga do que a Portela está do centro de Lisboa.
Eu entendi que Ota/Alenquer seria um chorudo negócio: conheci dois tontos que se enterraram naqueles pântanos (sem a ajuda do ex-PM dos pântanos).

Como muito bem assinalais (e tendes sócios), a Portela está para lavar e durar. E a baca do turismo não vai durar muito tempo: o português não propicia o turismo e quem quiser ganhar algum pilim vai fazer estruturas de turismo noutro local.

Abraço