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15/10/2019

CASE STUDY: Um expediente muito pouco católico

Há cerca de um mês foi divulgado o ranking Times Higher Education 2020 muito celebrado nos mídia portugueses e no site da Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa (UCP) com o título «Católica: a melhor universidade em Portugal», explicando que a UCP ficou na entre posição 351 e 400 de 1396  e que «esta é a melhor classificação de sempre alcançada por uma instituição portuguesa no THEWUR»

Confesso que, por razões que não vêm ao caso, fiquei particularmente satisfeito, achei perfeitamente normal dado o nível de excelência que é reconhecido à UCP e fiquei por aqui.

Fiquei por aqui até ler «O milagre dos rankings explicado aos leigos» um artigo do Expresso assinado por Alberto Amaral, Presidente da Agência de Avaliação do Ensino Superior, onde este explica que no ranking Times Higher Education se incluiu o número de citações/autor e várias universidades no Egipto, Jordânia e Sri Lanka fintam o ranking publicando trabalhos com centenas ou mesmo milhares de autores e aparecendo assim no topo.

Ao que parece a UCP recorreu ao mesmo expediente e «uma análise dos artigos da UCP mostra que há um pequeno grupo deles com grande número de citações publicados no “Lancet”, “JAMA Oncology” ou “New England Journal of Medicine”, os quais têm em comum serem de Medicina, terem um enorme número de autores e corresponderem a estudos à escala mundial da incidência, prevalência e sobrevivência de doença». Não é muito católico, pois não?

1 comentário:

Mário disse...

https://www.republica.com/2019/08/15/espana-situa-cinco-universidades-entre-las-300-mejores-del-mundo-en-el-ranking-de-shangai/

Portugal = 0